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Gripe na gravidez pode alterar função imunológica dos bebés

Um estudo realizado em ratinhos sugere que ter uma forma comum de gripe durante a gravidez pode afetar a próxima geração por prejudicar a função imunológica no intestino.

Gripe na gravidez pode alterar função imunológica dos bebés

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O vírus influenza A, também conhecido como gripe, é uma infeção centrada no sistema respiratório. Os sintomas comuns deste tipo de gripe incluem dor de garganta, tosse, espirros, dores no corpo e febre. Mas este vírus pode causar sérias complicações na gravidez, podendo até ser fatal.

Apesar de o influenza A não atravessar a placenta e não infetar diretamente o feto, as grávidas infetadas podem ter um risco maior de dar à luz prematuramente bebés com baixo peso ao nascer. Contudo, pouco se sabe sobre o estado de saúde dos bebés nascidos de pais que tiveram gripe durante a gravidez.

No novo estudo, publicado no American Journal of Physiology-Gastrointestinal and Liver Physiology, os investigadores estudaram um modelo de ratinho com influenza A durante a gravidez. Foram analisadas amostras de tecido linfoide associado ao intestino (GALT) de filhotes nascidos de ratinhos fêmeas infetadas pela gripe.

O GALT é um componente significativo da imunidade da mucosa no trato digestivo e é representativo do sistema imunológico do corpo como um todo. Está presente no intestino delgado, no apêndice e no ceco, uma pequena bolsa localizada no início do intestino grosso.

A equipa de investigação descobriu que o vírus influenza A afetou a fisiologia intestinal dos filhotes de várias maneiras: aumentou os glóbulos brancos no ceco; aumentou a expressão de proteínas pró-inflamatórias envolvidas na resposta imune, e ativou as células T CD4 – um tipo de célula imune – no intestino delgado.
Importa referir que a infeção gripal não levou a alterações anatómicas no sistema gastrointestinal, como peso corporal ou comprimento intestinal.

Estudos anteriores sugeriram que a ativação imune induzida pela gripe num dos pais durante a gravidez está associada ao neurodesenvolvimento atípico na descendência, mas como o influenza A não atravessa a placenta, as razões para esse fenómeno ainda se desconhecem.

Outros estudos ajudarão a determinar se ter uma gripe durante a gravidez pode alterar o microbioma cecal nos bebés e, em caso afirmativo, de que forma essas alterações podem afetar a interação no eixo intestino-cérebro e possíveis contribuições para distúrbios neurológicos induzidos pela gripe gestacional na descendência.

Fonte: Tupam Editores

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