Estudo revela que HIIT combate o fígado gordo
Um estudo levado a cabo por investigadores da Universidade Flinders e da Universidade de Queensland descobriu que muitas pessoas com esteatose hepática, conhecida como fígado gordo, não sabem que o treino intervalado de alta intensidade (HIIT, na sigla em inglês) melhora a função cardíaca e a saúde do fígado.
EXERCÍCIO FÍSICO
HIGH INTENSITY INTERVAL TRAINING - Está preparado para enfrentar este desafio?
Surgiu nas décadas de 30 e 40 como forma de intensificar e aperfeiçoar os treinos de corrida, e é cada vez mais utilizado por atletas e técnicos e até investigado por cientistas. É do Treino Intervalado de Alta Intensidade que falamos – para os mais “preguiçosos” HIIT, sigla em inglês da expressão High Intensity Interval Training. Entre os amantes das atividades físicas o HIIT é famoso pela eficácia na perda de gordura, aumento de massa muscular, e por ser uma alternativa aos monótonos planos de treino. Sabe como funciona? LER MAIS
Segundo a Dra Shelley Keating, da UQ, a doença hepática gorda afeta cerca de 25% das pessoas em todo o mundo e pode levar a sérios danos no fígado. Não havendo terapias farmacêuticas aprovadas, a modificação do estilo de vida, que inclui a prática de exercício físico e dieta, continua a ser a abordagem recomendada para controlar a condição, no entanto, apenas 20% das pessoas que vivem com a doença praticam atividade física.
Fizeram parte da investigação, publicada no Journal of Clinical and Translational Hepatology, 12 participantes com esteato-hepatite não alcoólica (NASH) que foram submetidos a 12 semanas de HIIT supervisionado por um profissional do desporto qualificado.
As sessões começaram com um aquecimento de 5 minutos a 60% da frequência cardíaca máxima (FCmáx), seguido de intervalos de 4 × 4 min a 85%–95% FCmáx intercalados com períodos de recuperação de 3 minutos a 60% FCmáx, com 5 minutos de arrefecimento para concluir cada sessão. Seguiram-se, depois, mais 12 semanas de HIIT autodirigido (sem supervisão).
A equipa realizou entrevistas individuais semiestruturadas aos participantes antes do HIIT e após o HIIT supervisionado e autodirigido para explorar o conhecimento prévio, barreiras, facilitadores e resultados em cada estágio.
Apurou-se que havia falta de conhecimento e experiência com o HIIT e os pacientes não tinham a certeza se tinham capacidade para realizar este tipo de treino. Havia ainda barreiras médicas ou sociais para iniciar ou continuar com o HIIT, como condições musculoesqueléticas e consultas para outras doenças, como a diabetes tipo 2.
Para os participantes, ter o apoio de um profissional do desporto foi um facilitador valioso e, em geral, gostaram de praticar HIIT e dos seus benefícios holísticos.
Estudos conjuntos anteriores mostraram que o HIIT é uma opção de exercício viável e benéfica para pessoas com doença hepática gorda. Estes pacientes estão frequentemente fatigados, relatam problemas de sono e problemas músculo-esqueléticos e podem ter uma capacidade reduzida para as atividades da vida diária. Estes fatores, agregados à pouca atividade física, afetam a capacidade de se exercitarem.
Embora os resultados do estudo façam crer que o HIIT pode ser um método eficaz para ajudar a combater a doença hepática gorda é importante que as pessoas que vivem com o problema procurem aconselhamento do seu médico e o apoio de um profissional de desporto adequadamente qualificado antes de dar início a um programa de HIIT.