HEPATOLOGIA

Enzima disfuncional pode levar a doença hepática

Uma enzima disfuncional pode levar à doença hepática gordurosa não alcoólica em ratinhos, sugere um estudo publicado na revista Science Advances. A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é marcada pelo acúmulo de gordura no fígado que não é causada por ingestão excessiva de álcool.

Enzima disfuncional pode levar a doença hepática

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O membro 1 da família das Acetil-CoA sintetases de cadeia curta, ou ACSS1, é uma enzima que desempenha um papel na síntese de ácidos gordos no fígado. Para entender melhor como esta enzima atua na DHGNA, a equipa de investigação utilizou um modelo de ratinho onde o ACSS1 foi alterado para incorporar glutamina como fonte primária de energia.

Segundo Songhua Quan, um dos especialistas envolvidos, no estudo foi gerado um novo modelo de ratinho no qual se transformou a lisina-635 em glutamina para imitar o estágio constitutivamente acetilado do ACSS1 in vivo.

Os resultados permitiram apurar que após um jejum de 48 horas, os ratinhos alterados com o ACSS1 apresentaram hipotermia e aberrações hepáticas, incluindo aumento, descoloração, acúmulo de gotículas lipídicas e microesteatose, consistentes com DHGNA.
Os investigadores constataram que os ratinhos machos são menores, apresentam maior taxa metabólica e acetato no sangue e uma diminuição dos níveis de fígado, ATP sérico e lactato.

Posteriormente, os especialistas realizaram o sequenciamento de RNA nos animais e descobriram que o metabolismo dos ácidos gordos estava desregulado e as células pareciam mostrar sinais de envelhecimento avançado, características da DHGNA.
A análise aos fígados dos ratinhos permitiu descobrir que eles aumentaram a produção de ácidos gordos e lípidos comummente associados à DHGNA.

Em conjunto, as descobertas mostram como a desregulação do ACSS1 pode levar a níveis lipídicos alterados, aumento do envelhecimento celular e DHGNA. Para Quan as descobertas destacaram o significado biológico da acetilação do ACSS1 in vivo, especialmente sob stress metabólico.

O especialista espera que o novo modelo gerado pelo estudo ajude outros investigadores a compreender melhor a DHGNA e a desenvolver medicamentos para tratar a doença. Esta investigação pode tornar-se um modelo valioso para explorar o mecanismo molecular subjacente às doenças hepáticas metabólicas e identificar alvos potenciais para intervenção terapêutica.

Fonte: Tupam Editores

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