MORTALIDADE

Adultos com TDAH podem ter menor expetativa de vida

Um estudo liderado por investigadores da UCL analisou os dados de cuidados primários de 30.029 adultos em todo o Reino Unido diagnosticados com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) com o objetivo de calcular o seu déficit de expetativa de vida.

Adultos com TDAH podem ter menor expetativa de vida

MEDICINA E MEDICAMENTOS

INVISTA NA SUA SAÚDE


Na investigação, publicada no The British Journal of Psychiatry, a equipa comparou os doentes diagnosticados com TDAH com um grupo de 300.390 participantes sem o distúrbio, que foram emparelhados por idade, sexo e prática de cuidados primários.
Entre os homens com a condição foi identificada uma redução entre 4,5 e 9 anos na expetativa de vida, já entre as mulheres a redução situava-se entre 6,5 e 11 anos.

Descobriu-se ainda que menos de um em cada nove adultos com TDAH foi diagnosticado, o que significa que apenas uma fração da população total de adultos com o transtorno pôde ser estudada.

As pessoas com TDAH experimentam diferenças na maneira como concentram a sua atenção. Frequentemente têm muita energia e uma capacidade para se dedicarem intensamente ao que lhes interessa, no entanto, podem sentir dificuldade para se concentrarem em tarefas mundanas. Isso pode levar a maior impulsividade, inquietação e diferenças no planeamento e gestão do tempo, e dificultar o sucesso na escola e no trabalho, levando a desafios a longo prazo.

Esta foi a primeira vez que se tentou estimar a expetativa de vida de adultos diagnosticados com TDAH no Reino Unido. Mas como o distúrbio geralmente não é diagnosticado – especialmente nos adultos – a investigação pode sobrestimar a redução na expetativa de vida experimentada pelas pessoas com TDAH em média.

Atualmente há poucos serviços especializados para dar apoio aos adultos com TDAH no Reino Unido. Um estudo nacional anterior que incluiu adultos entre os 16 e os 64 anos descobriu que um terço daqueles com traços de TDAH estavam a tomar medicação ou a ser acompanhados para um problema de saúde mental, em comparação com 11% das pessoas sem TDAH.

Quase 8% das pessoas que foram diagnosticadas com TDAH relataram que pediram um tratamento de saúde mental específico nos últimos 12 meses, mas não o obtiveram, em comparação com apenas 1% das pessoas que não tiveram esse diagnóstico. Isto significa que os serviços não estão equipados para apoiar os adultos com a condição – o que é preocupante pois o tratamento e o suporte para o distúrbio estão associados a melhores resultados, como redução de problemas de saúde mental e de uso de substâncias.

Segundo a Dra. Liz O’Nions, autora principal, embora muitas pessoas com TDAH vivam vidas longas e saudáveis, a descoberta de que, em média, estão a viver vidas mais curtas do que deveriam realça a necessidade de suporte, que não está a ser atendido. Assim, é crucial descobrir as razões por trás das mortes prematuras para se poder desenvolver estratégias para as prevenir no futuro.

Fonte: Tupam Editores

OUTRAS NOTÍCIAS RELACIONADAS


ÚLTIMAS NOTÍCIAS