Fumar cannabis em casa eleva risco de deteção em crianças
O método mais comum para utilizar cannabis, fumar, gera emissões que são prejudiciais às pessoas expostas. Frequentemente fumada em ambientes fechados, coloca os não fumadores, como é o caso das crianças, em risco de exposição. Um estudo da Universidade da Califórnia, em San Diego, tinha como objetivo descobrir se fumar em casa estava associado à deteção de cannabis nas crianças.
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Para a investigação, publicada no jornal JAMA Network Open, a equipa de especialistas analisou a prática de fumar cannabis em casa no Condado de San Diego para quantificar a relação entre fumar cannabis em casa e a deteção de biomarcadores da planta na urina das crianças residentes. A criança mais nova em cada uma das 275 residências envolvidas no estudo foi testada, com uma idade média de três anos.
Os resultados revelaram que entre as famílias que relataram fumar cannabis em casa, 69% tinham uma criança com níveis detetáveis de biomarcadores de cannabis, em comparação com 24% nas famílias que diziam não fumar em casa.
Os investigadores descobriram que a probabilidade de detetar cannabis nas crianças era cinco vezes maior nas habitações onde se fumava cannabis. Essa exposição a irritantes respiratórios e a produtos químicos tóxicos, incluindo carcinógenos conhecidos, pode ter efeitos a longo prazo na saúde dessas crianças, que ainda não são conhecidos.
Uma vez que as crianças passam a maior parte do tempo em casa, diminuir o número de vezes que se fuma cannabis em casa poderia reduzir substancialmente a sua exposição a esses produtos químicos nocivos.
De acordo com John Bellettiere, da UC San Diego, à medida que as evidências sobre os efeitos nefastos da cannabis na saúde aumentam, adotar estratégias para controlar o tabaco, como leis e políticas antitabagismo, poderia proteger a saúde das crianças. O próximo objetivo dos investigadores é determinar os riscos da exposição ao fumo da cannabis passiva para a saúde a longo prazo.