ANTIBIÓTICO

Misturar antibióticos com álcool: conheça os riscos

Já todos ouvimos dizer que não se deve ingerir bebidas alcoólicas quando se está a tomar antibióticos. Entre os motivos para que essa combinação seja evitada estão a perda de eficácia do antibiótico, o aumento da toxicidade do álcool, a ocorrência de efeitos colaterais e até um maior risco de lesões do fígado. Mas será mesmo assim?

Misturar antibióticos com álcool: conheça os riscos

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ANTIBIÓTICOS, USAR COM MODERAÇÃO


A verdade é que, à luz do atual conhecimento científico, para responder à pergunta “Quem está a tomar antibióticos pode beber álcool?” não existe uma resposta única. Aliás, de acordo com o Serviço Nacional de Saúde Britânico (NHS) é improvável que beber álcool com moderação cause problemas se se estiver a tomar os antibióticos mais comuns.

Ou seja, para a maioria dos pacientes e para a maioria das classes de antibióticos, não há nenhum problema em ingerir bebidas alcoólicas de forma moderada durante a toma dos antibióticos – mas existem exceções. Os antibióticos que não podem de forma alguma ser misturados com álcool são aqueles que podem causar o efeito dissulfiram, que a seguir se explica.

O dissulfiram é uma substância usada no tratamento do alcoolismo. Este impede que o fígado elimine os metabólitos mais tóxicos do álcool, como o acetaldeído, que é uma das substâncias responsáveis pelos sintomas da ressaca que ocorre nos indivíduos que bebem demais.

Como o dissulfiram impede que o fígado metabolize o acetaldeído produzido pelo álcool, o seu nível sanguíneo chega a ficar até 1000% mais alto. Quando o paciente a tomar dissulfiram bebe álcool, mesmo em pequenas doses, fica rapidamente intoxicado e sente os efeitos colaterais do tratamento, que são semelhantes aos de uma ressaca colossal, com vómitos, palpitações, calor, suor excessivo, dificuldade respiratória, intensa dor de cabeça e queda da pressão arterial.

Assim, a ingestão de bebidas alcoólicas com antibióticos como o metronidazol, que é utilizado para vários tipos de infeções, incluindo dentárias, vaginais e em úlceras, a é mesmo de evitar. Aliás, também não se deve beber até 48 horas após o fim do tratamento.

O mesmo se aplica ao tinidazol, que apesar de tratar inflamações semelhantes ao metronidazol também ajuda a eliminar um determinado tipo de bactéria do intestino. No caso do tinidazol, não se deve ingerir álcool até 72 horas após o tratamento.

Não se recomenda também a ingestão de álcool com antibióticos como a linezolida, destinada a tratar infeções como pneumonia, mas também infeções da pele. As bebidas fermentadas como vinho e cerveja reduzem a sua eficácia.
O mesmo acontece com a toma da doxicilina, receitada em casos de infeções pulmonares, dentárias e de rosácea. Em indivíduos com um historial de consumo de álcool em excesso, é menos eficaz.

Seja devido a efeitos adversos graves, como o efeito dissulfiram, ou lesão hepática, ou por interferência na eficácia, com os antibióticos mencionados não deve mesmo beber álcool. Com outros, todo o cuidado é pouco, até porque os antibióticos já estão associados a alguns efeitos secundários como enjoos ou tonturas, sensações que ficam mais intensas quando se ingere álcool. Não corra riscos!

Fonte: Tupam Editores

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