Para o estudo, recentemente publicado no JAMA Network Open, os especialistas selecionaram aleatoriamente 90 indivíduos com SII-D para sessões de acupuntura (acupontos específicos [SA] ou acupontos inespecíficos [NSA]) ou um grupo que realizou acupuntura simulada [NA]. Todos os grupos receberam 12 sessões de acupuntura (três sessões por semana, idealmente em dias alternados) de 30 minutos durante quatro semanas consecutivas.

Foram observadas melhorias substanciais na taxa de resposta na semana 4 em todos os grupos (taxas de resposta composta de 46,7% no grupo SA, 46,7% no grupo NSA e 26,7% no grupo NA), no entanto, a diferença entre os grupos não foi estatisticamente significativa.

Na semana 4 foi alcançado um alívio adequado por 64,3% dos participantes no grupo SA, 62,1% no grupo NSA e 55,2% no grupo NA. Importa referir que dois pacientes (6,7 por cento) no grupo SA e três pacientes (10 por cento) no grupo NSA ou NA relataram eventos adversos.

De acordo com os autores, as descobertas sugerem que a acupuntura é viável e segura, contudo, é necessário um estudo maior e com poder suficiente para avaliar com maior precisão a sua eficácia.

A síndrome do intestino irritável (SII) é um distúrbio comum da interação intestino-cérebro, caracterizado por dor abdominal recorrente, associada a alterações de trânsito intestinal, com diarreia e/ou obstipação, distensão abdominal e flatulência, que tendem a ocorrer em conjunto.
É um problema comum que afeta até 20% da população ocidental, em algum momento da vida. Normalmente é diagnosticada nos adultos jovens, podendo ocorrer em qualquer idade, e a sua incidência é mais elevada nas mulheres.

A doença interfere muito com a qualidade de vida dos doentes e os tratamentos disponíveis têm como alvo os sintomas da SII, em vez dos mecanismos fisiopatológicos subjacentes, sendo ainda necessárias melhorias adicionais nos métodos de teste. Todos estes fatores resultaram num interesse crescente na medicina complementar e alternativa, como a acupuntura.