Ioga reduz risco cardiovascular e melhora bem-estar
O ioga faz parte das práticas espirituais e de exercícios de milhares de pessoas em todo o mundo. Um estudo piloto realizado por investigadores da Universidade Laval, no Canadá, demonstrou que adicionar o ioga a um regime regular de exercícios é benéfico para a saúde cardiovascular e bem-estar, sendo mais eficaz do que os exercícios de alongamento.
EXERCÍCIO FÍSICO
IOGA - Equilíbrio de corpo e mente
Teve origem na Índia, há cerca de 5000 anos. Possui inúmeras vertentes e derivações, mas a essência é sempre a mesma, a harmonia do corpo, da mente e da alma. Se ainda não percebeu, é de ioga que falamos. LER MAIS
Embora existam evidências de que as intervenções e exercícios de ioga tenham resultados cardiovasculares iguais e/ou superiores aos dos exercícios tradicionais, existe uma variedade considerável de tipos de ioga, incluindo os seus componentes, frequência, duração da sessão e intensidade.
Segundo o professor Paul Poirier, procurou-se aplicar uma abordagem científica rigorosa para identificar fatores de risco cardiovascular para os quais o ioga é benéfico em pacientes em risco, além de maneiras de aplicar a sua prática num ambiente de saúde, como um programa de prevenção primária.
Para o estudo, que teve a duração de três meses, foram recrutados 60 indivíduos que haviam sido diagnosticados com pressão alta e síndrome metabólica para um programa de treinos de exercícios. Os participantes foram divididos em dois grupos: um grupo realizava 15 minutos de ioga estruturada, e o outro 15 minutos de alongamento, e ainda 30 minutos de treino aeróbico cinco vezes por semana.
Os investigadores procederam à medição de parâmetros como a pressão arterial, antropometria, proteína C-reativa de alta sensibilidade (PCR-hs), níveis de glicose e lípidos, assim como as pontuações de risco de Frammingham e de Reynolds dos indivíduos. Inicialmente não houve diferença em idade, sexo, tabagismo, índice de massa corporal (IMC), pressão arterial em repouso, frequência cardíaca, níveis de lípidos e glicose na pontuação de risco de Framingham entre os grupos.
Após o período de três meses, os investigadores constataram que se registou uma diminuição da pressão arterial sistólica e diastólica em repouso, pressão arterial média e frequência cardíaca em ambos os grupos, no entanto, em níveis acentuadamente diferentes: a pressão arterial sistólica foi reduzida em 10 mmHg com o ioga versus 4 mmHg com o alongamento.
O ioga também reduziu a frequência cardíaca em repouso e o risco cardiovascular em 10 anos, avaliado utilizando a Pontuação de Risco de Reynolds.
Embora tenha ficado demonstrado que o ioga beneficia pacientes hipertensos, não se compreende totalmente o mecanismo exato subjacente a esse efeito posivito. Este estudo revelou que os seus benefícios não podem ser atribuídos apenas ao alongamento.
Os especialistas recomendam que os pacientes tentem descobrir exercícios e maneiras de aliviar o stress para o controlo da hipertensão e das doenças cardiovasculares da forma que acharem mais apelativa. Este estudo, publicado na revista científica Canadian Journal of Cardiology, provou que as práticas estruturadas de ioga podem ser uma adição mais saudável ao exercício aeróbico, do que simplesmente fazer alongamento muscular.