Falta de ferro aumenta probabilidade de sofrer um AVC
O acidente vascular cerebral (AVC) é um assassino global que geralmente resulta de anos de doença vascular não tratada. Tem outras causas conhecidas, mas as menos discutidas são as deficiências nutricionais. A carência de ferro praticamente duplica o risco de AVC, responsável pela maioria das mortes em Portugal e, como tal, um grave problema de saúde pública.
Um estudo realizado por investigadores do Imperial College, no Reino Unido, permitiu concluir que a falta deste nutriente essencial à saúde, através do qual o oxigénio chega às células do corpo, torna o sangue “pegajoso”. Embora os investigadores acreditem que o sangue pegajoso pode ser a causa do AVC, não descartaram a possibilidade de outros mecanismos. E adiantam três hipóteses.
A primeira hipótese que o estudo, publicado no The Cureus Journal of Medical Science, sugeriu é que a diminuição da capacidade de transporte do oxigénio no sangue devido à anemia pode levar a um baixo fornecimento de oxigénio ao cérebro.
Outra hipótese defende que os baixos níveis de oxigénio em circulação podem causar um aumento do fluxo sanguíneo cerebral como compensação pela falta de oxigenação, o que pode subsequentemente causar coagulação. A última teoria sugere que a microcitose e a trombocitose (baixos níveis de plaquetas) induzidas pela deficiência de ferro podem desencadear um estado hipercoagulável e uma trombose.
Fadiga, cefaleia (dor de cabeça), palpitações, queda de cabelo, tonturas e palidez são sintomas associados à carência do nutriente. Em algumas pessoas pode provocar anemia (diminuição dos níveis de hemoglobina no sangue), hipotiroidismo (disfunção na tiroide) e fragilizar o sistema imunitário, aumentando o risco de infeções.
A falta de ferro é frequentemente causada por uma alimentação incorreta. Para prevenir carências nutricionais deve incluir na sua dieta alimentos como: gema de ovo, carne, vísceras, grão-de-bico, feijão, ervilhas, lentilhas, espinafres e couve-portuguesa. Comer e beber mais alimentos ricos em ferro não é apenas fundamental para prevenir uma deficiência do mineral, reduz ainda o risco de outras deficiências nutricionais.
Tenha em mente que as doses diárias recomendadas de ferro variam de acordo com a faixa etária. Assim, para as crianças a dose diária recomendada é de 1 mg a 2 mg por quilo até atingirem os 10 kg de peso; para os homens 10 mg/dia; e para as mulheres 15 mg/dia em idade fértil. Depois desta fase, a quantidade recomendada diminui para 10 mg/dia.