Metabolismo pode ser a chave para o tratamento das doenças renais
E se fosse possível livrar-se de uma doença renal através da alimentação? De acordo com um estudo realizado na Universidade de Aarthus, talvez seja. Na investigação, o professor Markus Rinschen, do Instituto de Estudos Avançados da Aarhus, mostrou que a ingestão do aminoácido lisina, um suplemento alimentar de venda livre, protege os animais de laboratório contra danos nos rins.
DOENÇAS E TRATAMENTOS
O FLAGELO DAS DOENÇAS RENAIS
Sabia que os rins processam diariamente cerca de 1 200 a 2 000 litros de sangue, produzindo cerca de 1,5 litros de urina diariamente? Nunca pensamos neles até alguma coisa começar a falhar... LER MAIS
O trabalho, publicado na revista científica Nature Communications, foi inicialmente levado a cabo em ratinhos com hipertensão e doença renal associada. Mas um pequeno estudo piloto confirmou que o aminoácido pode ter efeito semelhante em humanos, sem evidências definitivas de efeitos clínicos na doença renal.
Segundo o Dr. Rinschen, descobriu-se que há uma transformação acelerada do aminoácido lisina em humanos e nos animais com doença renal. E o estudo mostra que a ingestão de lisina protege os rins e previne a doença renal hipertensiva de forma bastante eficaz, pelo menos em modelos animais.
O especialista realça, contudo, que não se pode começar a tratar pacientes na clínica durante pelo menos cinco anos, sendo muito cedo para as pessoas com doenças renais começarem a comprar comprimidos de lisina.
Ainda não se conhecem os efeitos colaterais ou os mecanismos subjacentes, e o metabolismo humano é muito mais complexo do que o metabolismo de um rato.
É necessário realizar outras investigações em modelos animais, porque ainda não está esclarecido o mecanismo dominante por detrás do resultado. Foram encontrados três mecanismos diferentes, mas não se sabe se um, dois ou uma combinação dos três é o fator decisivo.
A longo prazo, o resultado será particularmente interessante para investigadores da saúde, médicos, nefrologistas, fisiologistas, endocrinologistas e nutricionistas.
Seria ótimo se os doentes renais conseguissem alcançar resultados apenas alterando a sua dieta. O objetivo dos investigadores é entender o metabolismo renal, o que é um grande passo. Dar ao paciente uma substância que já tem no organismo e gerar resultados clínicos seria uma descoberta nova e surpreendente.
Acima de tudo, este estudo mostra como o nosso metabolismo é dinâmico e ainda inexplorado, sendo necessárias abordagens holísticas para o entender. Dieta, metabolismo, coração e sistema cardiovascular – muitas aspetos contribuem para o desenvolvimento da doença renal.