Vitamina presente nos brócolos protege contra demência
Um estudo realizado por uma equipa de cientistas da Universidade AlMaarefa, na Arábia Saudita, permitiu concluir que a vitamina K, presente nos brócolos, pode proteger os idosos de doenças como o Alzheimer e outras formas de demência.
A vitamina K é um grupo de compostos que inclui a vitamina K1, encontrada em folhas verdes e outros vegetais; a vitamina K2, encontrada em carnes, queijos e ovos, e a vitamina K3, que é fabricada em laboratório e usada para suplementação. Estudos anteriores já haviam ligado a vitamina K a processos envolvidos no funcionamento do cérebro, e alguns tinham associado deficiências de vitamina K à doença de Alzheimer e a demência.
Segundo Mohamed El-Sherbiny, principal autor do estudo, a vitamina K2 demonstrou um impacto muito promissor ao impedir alterações comportamentais, funcionais, bioquímicas e histopatológicas relacionadas com envelhecimento do cérebro idoso.
No trabalho, os cientistas avaliaram os efeitos da menaquinona-7 (MK-7), uma forma de vitamina K2, em ratos de 3 meses – idade em que atingem a maturidade. Um grupo de ratos recebeu MK-7 suplementar durante 17 meses e outro grupo não tomou nada.
Os cientistas avaliaram as funções cognitivas e o comportamento dos animais após os 17 meses e descobriram que aqueles que receberam o nutriente tiveram um desempenho melhor do que aqueles que não o receberam. Além disso, eles associaram a suplementação vitamínica a uma redução no comprometimento cognitivo, depressão e ansiedade.
A equipa também estudou o tecido cerebral dos animais para entender os caminhos biológicos durante o processo de preservação da vitamina K. Os resultados mostraram a ativação de processos no órgão associados às proteínas NLRP3, caspase 1 e NRF-2, que atuam na inflamação e na atividade antioxidante. Constatou-se, ainda, que houve um aumento da tirosina, um aminoácido que ajuda a manter a função cognitiva.
Embora reforcem a necessidade de mais estudos sobre o tema, os cientistas sublinham que a vitamina K pode ser proposta como uma abordagem promissora para atenuar os distúrbios relacionados com a idade e preservar as funções cognitivas em indivíduos idosos.
A Organização Mundial de Saúde estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, número que pode chegar os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões. A doença de Alzheimer representa cerca de 60 a 70% de todos os casos de demência.