ALCOOLISMO

Consumo de álcool pode aumentar risco de sofrer de epilepsia

Diz-se que o consumo diário de determinadas quantidades de algumas bebidas alcoólicas é benéfico para a saúde, no entanto, as evidências científicas indicam claramente que não existe nenhum consumo de álcool sem risco para a saúde. A verdade é que, à medida que as investigações avançam, os cientistas vão descobrindo novos efeitos nocivos do álcool no nosso organismo.

Consumo de álcool pode aumentar risco de sofrer de epilepsia

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EPILEPSIA - O que é e como conviver com ela?


Uma equipa de cientistas da Universidade Nacional de Pusan, na Coreia do Sul, descobriu que existe uma associação entre o consumo de álcool e a epilepsia, sendo que o aumento do consumo aumenta o risco de epilepsia.

A epilepsia é uma doença neurológica que envolve o sistema nervoso. Fala-se em epilepsia quando ocorrem, pelo menos, dois episódios de convulsões não relacionados com a abstinência alcoólica, hipoglicémia, problemas cardíacos ou outros. Em alguns casos, basta uma convulsão para se fazer o diagnóstico da epilepsia, desde que exista um risco elevado de ocorrência de mais.

Os cientistas realizaram uma meta-análise num total de 8 estudos, incluindo 5 estudos de caso-controle e 3 estudos de coorte, e avaliaram a relação dose-resposta entre o consumo de álcool e a doença.

O estudo, publicado na revista científica Drug and Alcohol Dependence, revelou que os consumidores de álcool corriam um risco significativamente mais elevado de desenvolver epilepsia, em comparação com os não consumidores de álcool. Constatou-se ainda que o risco de epilepsia aumentou com o aumento do consumo de álcool.

Por outro lado, os estudos de coorte não mostraram associação entre o consumo de álcool e a epilepsia, aliás, dois dos três estudos sugeriram que a ingestão de álcool reduz o risco de epilepsia.

Levando em consideração as evidências contraditórias sobre a influência do consumo de álcool e o risco de sofrer de epilepsia, os cientistas concluíram que são necessários mais estudos, com um maior número de participantes, para confirmar a relação causal entre o consumo de álcool e o risco de epilepsia.

Ainda assim, pode dizer-se com alguma cautela que existe uma certa possibilidade de que o consumo de álcool eleve o risco de sofrer ataques epilépticos não provocados (até porque se sabe que tanto o álcool, como o síndrome de abstinência que provoca o seu consumo habitual podem provocar ataques epilépticos).

Este efeito nocivo somar-se-ia à já longa lista bem documentada que inclui malefícios à saúde cardiovascular e hepática e o aumento do risco de sofrer de várias formas de cancro.

A epilepsia afeta diversas funções mentais e físicas e é uma condição muito comum, ocorrendo em cerca de 65 milhões de pessoas em todo o mundo. Nos Estados Unidos, é a quarta doença neurológica mais habitual, ultrapassada apenas pela enxaqueca, pelo AVC e pela doença de Alzheimer. Em Portugal, estima-se que atinja quatro a sete mil habitantes. Contudo, o número de indivíduos que, não sendo epilépticos, pode ter uma crise convulsiva durante a vida é de cerca de uma em cada 20.

Fonte: Tupam Editores

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