O consumo de bebidas alcoólicas na maioria dos países ocidentais é um hábito cultural enraizado de tal maneira que pode transformar-se em vício com consequências graves, segundo especialistas psiquiátricos, sendo por vezes difícil reconhecer a fronteira entre o consumo em excesso e a dependência da bebida, o que de certa forma explica os perigos que o alcoolismo representa para a saúde.

O período de férias é propício ao convívio com familiares e amigos, aos festivais de música e outras atividades de lazer que podem levar a um consumo inabitual de bebidas alcoólicas e provocar dissabores, estragar as férias e provocar acidentes evitáveis, situações que por isso urge prevenir.

Segundo algumas dicas fornecidas por especialistas, a melhor forma de determinar se estamos a ultrapassar os limites do razoável, no que concerne ao consumo de bebidas alcoólicas, é fazermos uma autoavaliação honesta, que possa ser validada através de respostas a algumas perguntas como por exemplo:

Acha que está a beber mais do que pretendia inicialmente ou durante mais tempo?
A resposta pode parecer irrelevante, mas mostra que em algumas ocasiões tem problemas para se controlar quando bebe, o que pode ser um primeiro sinal de alerta precoce, de que algo não está bem.

Passa muito tempo a beber e mais tarde, fica com a sensação de enjoo após a recuperação dos efeitos? Crie uma rotina diária para agendar durante algum tempo, todas as situações em que isso ocorreu e verifique, com honestidade, se está a tornar-se frequente.

Sente que necessita de beber cada vez mais para obter o efeito desejado? Isso significa que o seu cérebro já se adaptou ao álcool, tornando-se menos sensível aos seus efeitos.

Tem momentos em que quer tanto uma bebida que não consegue pensar em mais nada até conseguir uma? Essa forte necessidade ou desejo pode ser desencadeada por pessoas, lugares, coisas ou horas do dia que o fazem lembrar de beber. Isso significa que tem um problema sério com a bebida.

Além de beber álcool, o que mais faz para se divertir? Pense nas atividades de que antes gostava de praticar, nas questões que eram importantes para si e que a bebida tirou de sua vida ou impediu de fazê-las.

Pensa com frequência dos dias em foi trabalhar com ressaca, deixou de cumprir prazos e trabalhos por causa da bebida? Quando a bebida o deixa doente, o impede de cumprir suas responsabilidades em casa, no trabalho ou na escola, isso é um grave problema.

Sente que está a causar problemas nos relacionamentos sociais e familiares e que à medida que os efeitos do álcool desaparecem tem dificuldades para dormir, tremores, irritabilidade, ansiedade, depressão, inquietação, náusea ou sudorese. É chegada a hora de consultar um especialista. O álcool altera a química do cérebro e, quando bebe muito durante um longo período de tempo, o cérebro tenta adaptar-se. Porém, se parar de repente o seu cérebro precisa de se ajustar de novo, causando sintomas de abstinência.

A partir daqui, mesmo que nada de grave ainda tenha acontecido, a doença está instalada e precisa de ajuda para não se magoar ou magoar alguém que lhe é próximo. Além disso, o álcool pode danificar o seu fígado, coração, cérebro e sistema imunológico ou aumentar a probabilidade de contrair determinados tipos de cancro.

Qualquer um dos casos apontados, pode sinalizar um problema com álcool. Não de sinta culpado, mas considere seriamente reduzir a bebida ou idealmente parar por completo. Converse com seu médico, um terapeuta ou conselheiro para dependências.