Os probióticos são microorganismos vivos que, quando administrados em doses adequadas, contribuem para o equilíbrio da microbiota intestinal e conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Estes microorganismos auxiliam na digestão e protegem o organismo contra as bactérias nocivas sendo os mais comuns as bactérias dos géneros Lactobacillus e Bifidobacterium.

Podem ser encontrados em alguns alimentos, como iogurtes e leites fermentados, mas também podem ser adicionados a outros alimentos ou comercializados como suplementos, sob a forma de comprimidos ou cápsulas.

Os cientistas explicaram que durante a gravidez, hormonas como o estrogénio e a progesterona aumentam, provocando muitas alterações físicas, inclusive no microbioma intestinal, o que acaba por afetar as funções do sistema digestivo e causa náuseas, vómitos e obstipação.

Durante a investigação, que teve a duração de 16 dias, foi pedido a 32 participantes que tomassem uma cápsula probiótica duas vezes por dia durante seis dias e depois interrompessem a toma durante dois dias, repetindo o ciclo. Os probióticos ingeridos continham principalmente Lactobacillus, e cada cápsula aproximadamente 10 mil milhões de culturas vivas no momento do fabrico.

A experiência permitiu constatar que a toma do probiótico reduziu significativamente as náuseas e os vómitos. A duração das náuseas foi reduzida em 16%, e o número de vezes que as grávidas vomitaram foi reduzido em 33%. Verificou-se ainda que a ingestão dos probióticos também melhorou a fadiga, a falta de apetite, a dificuldade em manter atividades sociais normais e ainda reduziu a obstipação, causadora de cólicas e desconforto abdominal nas futuras mães.

Os cientistas verificaram que uma baixa quantidade de bactérias que transportam a enzima hidrolase do sal biliar, que gera ácido biliar para absorver nutrientes estava associada a mais vómitos na gravidez. Mas os probióticos aumentaram as bactérias produtoras de hidrólase do sal biliar, o que contribuiu para uma diminuição dos níveis de náuseas e vómitos.

Além disso, os níveis elevados da bactéria Akkermansia muciniphila estavam associados a mais vómitos, mas como o probiótico reduziu significativamente a sua quantidade, reduziu também os vómitos. Os níveis de vitamina E também aumentaram após a ingestão destas bactérias benéficas, o que também baixou as taxas de vómitos.

Segundo o Dr. Albert T. Liu, coordenador do estudo e professor de obstetrícia e ginecologia, os dados apurados fornecem biomarcadores para a previsão de náuseas e vómitos na gravidez e sugerem que os probióticos são eficazes para o tratamento dos mesmos. O estudo foi publicado na revista Nutrients.