SPMI: internistas celebram 70 anos ao serviço dos doentes
O mês de dezembro é, mais uma vez, escolhido pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) para destacar a importância da especialidade médica e dos internistas no setor da saúde em Portugal, em particular no Serviço Nacional de Saúde. A iniciativa insere-se nas comemorações do 70º aniversário da SPMI, que se assinala a 14 de dezembro.
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É nesta altura do ano, e particularmente no mês de dezembro, que o trabalho destes profissionais é ainda mais necessário e intenso devido à chegada do frio, aumento do número de casos de gripe sazonal e problemas respiratórios. Neste período, a ocupação dos serviços cresce 30%.
Lélita Santos, presidente da SPMI, relembra que um dos compromissos dos internistas é defender a equidade no acesso a cuidados de saúde com qualidade, e todos os doentes, independentemente da sua situação económica ou local onde vivem, ou por qualquer outro motivo, devem ser atendidos e tratados da mesma forma.
Um dos pilares dos cuidados de saúde nos hospitais, a Medicina Interna é a maior especialidade médica hospitalar com mais de 2.600 especialistas. Os serviços de Medicina Interna têm mais de 5 mil camas, 30% do total de camas, com uma taxa de ocupação que ultrapassa os cem por cento. Anualmente, são responsáveis por mais de 180 mil doentes internados, 587 mil consultas e mais de 4 milhões de episódios de urgência.
A pandemia obrigou a medidas de carácter higieno-social e à necessária reorganização dos serviços de Medicina Interna, no sentido de tratar adequadamente os doentes infetados ou com suspeita de infeção. Mas a ação dos internistas vai muito além da resposta à Covid-19. Nos serviços de Medicina Interna são internados 70% dos casos de AVC, 80% das insuficiências cardíacas, pneumonias e Doenças Pulmonares Obstrutivas Crónicas.
Outro dos compromissos assumido pelos internistas passa por promover a progressiva ambulatorização dos cuidados hospitalares, sendo a hospitalização domiciliária um exemplo paradigmático, como forma de aumentar a capacidade de internamento, proporcionando maior satisfação a doentes e cuidadores e mantendo toda a qualidade e segurança.
Segundo Lélita Santos, a SPMI está comprometida em defender o fortalecimento dos serviços públicos de saúde e o acesso universal e gratuito a cuidados de saúde de qualidade, travando o caminho do Serviço Nacional de Saúde para se tornar um SNS dos pobres.