CHULN com tratamento inovador para nódulos benignos da tiroide
O Serviço de Imagiologia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) foi o primeiro do país a realizar um tratamento a nódulos benignos da tiroide com recurso a uma técnica inovadora – a ablação percutânea da tiroide por micro-ondas.
DOENÇAS E TRATAMENTOS
DOENÇAS DA TIROIDE - Uma glândula, múltiplos problemas!
A tiroide é uma pequena glândula em forma de borboleta com dois lobos, com cerca de 4-5 centímetros de comprimento por 1-2 centímetros de largura e um peso aproximado de 15-25 gramas, localizada na parte anterior da base do pescoço, imediatamente abaixo da chamada “maçã de Adão” e que tem uma função crucial para o organismo humano, que é produzir, armazenar e libertar para a corrente sanguínea, as hormonas tiroideias essenciais à vida. LER MAIS
Realizada pela primeira vez em março, no Hospital de Santa Maria, esta intervenção permite o tratamento de nódulos de maior dimensão, de uma forma mais rápida, segura e sem recurso a cirurgia ou internamento.
Para Leonor Fernandes, a médica radiologista do CHULN que realizou pela primeira vez este procedimento, “estamos perante uma técnica muito promissora, possibilitada pelo avanço tecnológico, que se aplica a doentes selecionados de forma criteriosa”.
Com recurso a uma agulha e sob orientação ecográfica, a terapêutica ablativa por micro-ondas dura cerca de 40 minutos e surge como alternativa à radiofrequência.
Leonor Fernandes destaca como benéfico o facto de “a temperatura ser superior, mais homogénea e controlável”, permitindo “tratar nódulos maiores, de forma mais rápida e segura”.
Os atuais critérios de inclusão baseiam-se em nódulos benignos, com uma dimensão superior a dois cm, que tenham sido confirmados por duas citologias prévias e sejam bem visíveis através de ecografia.
A evidência científica aponta para uma redução do volume do nódulo superior a 50 por cento, a seis meses, e para resultados ainda mais promissores nos controlos anuais.
O diretor do Serviço de Imagiologia, João Leitão, adianta que a utilização futura desta técnica está “apenas pendente da autorização da Comissão de Harmonização e Boas Práticas” e que a opção pela realização de técnicas minimamente invasivas tem sido privilegiada pela vantagem de evitar a cirurgia, a anestesia geral, a hospitalização e eventuais complicações.