Num comunicado, o CHULN refere que conta operar pelo menos 40 doentes até dezembro de 2021 com esta nova cirurgia, uma solução ainda pouco utilizada em Portugal, sem internamento e com pós-operatório mais confortável.

A cirurgia endoluminal utiliza os orifícios naturais do corpo humano para a sua atuação (a boca, por exemplo), com recurso a endoscópio. No caso do sleeve gástrico, em vez de cortar parte do estômago, esta técnica recorre apenas a agrafos, o que preserva o órgão e permite novas intervenções, se necessário.

Com a utilização desta técnica, as hospitalizações não superam as 24 horas, o que permite também libertar camas para outros utentes que necessitem de internamento. Tem ainda como vantagem a redução das dores no pós-operatório e um regresso mais rápido à atividade profissional e à vida normal.

Existe também a possibilidade de repetir a técnica após a primeira cirurgia endoluminal, evitando a cirurgia bariátrica, se o resultado obtido não estiver dentro dos parâmetros definidos.

De acordo com o diretor do Departamento de Cirurgia do CHULN, João Coutinho, “vamos poder inserir no Programa de Tratamento Cirúrgico da Obesidade os doentes já intervencionados e com reganho de peso pós cirurgia”.

Segundo o responsável, esta técnica “será muito importante também no tratamento das doenças benignas esófago-gástricas, nas fístulas pós cirurgias esófago-gástricas e na resseção de tumores malignos de estádio I/II do esófago e do estômago, assim com nos tumores malignos de estádio I/II do reto. Em alguns Centros de Referência Internacionais, a técnica começa também a ser usada em patologia pancreática”.

Com esta cirurgia, o CHULN dá mais um passo importante para garantir o acesso atempado dos doentes com obesidade à prestação de cuidados de saúde e à sua avaliação por equipas multidisciplinares. Só entre março e julho deste ano, o CHULN realizou mais de 100 cirurgias a doentes com patologia de obesidade.