CARDIOLOGIA

Medo de exercício é comum em doentes com insuficiência cardíaca

As doenças cardiovasculares, incluindo a insuficiência cardíaca, são a causa mais comum de morte na Alemanha. Pessoas mais velhas com condições pré-existentes são particularmente afetadas por insuficiência cardíaca. Há trinta anos atrás pensava-se que os doentes com a condição deveriam descansar mais, no entanto, tal como o tratamento com os medicamentos, os benefícios do exercício foram cientificamente demonstrados.

Medo de exercício é comum em doentes com insuficiência cardíaca

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CONTROLE A ANSIEDADE E OS MEDOS


Um estudo realizado por uma equipa de especialistas da Universidade de Trier, na Alemanha, investigou por que razão muitas pessoas com insuficiência cardíaca ainda evitam fazer exercício, tendo conseguido apurar que o medo de atividade física está relacionado com a sua doença. Esse medo contribui para evitar os exercícios, independentemente da capacidade de bombeamento do coração.

Segundo Heike Spaderna, professora na Universidade de Trier, quando pessoas com insuficiência cardíaca vão fazer uma caminhada ou sobem escadas e se apercebem de que estão a ficar sem fôlego, muitas vezes têm a sensação de que o coração não consegue aguentar, como resultado, evitam os exercícios.

Mas ficar sem fôlego ao subir escadas também acontece às pessoas saudáveis. É importante que os doentes compreendam que nem todos os sintomas de fadiga se devem a doenças cardíacas.

No estudo, publicado na PLOS One, os investigadores entrevistaram 185 pacientes em ambulatório com insuficiência cardíaca de cinco hospitais (idade média de 62 ± 11 anos, fração de ejeção média de 36,0 ± 12%, 24% mulheres). A escusa de atividades físicas, a participação em desportos/exercícios (sim/não) e as características psicológicas foram avaliadas por autorrelatos.

A equipa conseguiu demonstrar que o medo de exercícios está associado à insuficiência cardíaca e que a escusa de atividades físicas não se deve a uma tendência fundamentalmente maior à ansiedade entre os pacientes.

Para Spaderna, agora que se estabeleceu uma conexão, o próximo passo é pensar como se pode tirar o medo de realizar exercício aos doentes. A investigadora teve boas experiências com a realidade virtual para mobilizar as pessoas. Assim, os exercícios poderiam ser desenvolvidos de forma lúdica. Seria concebível ainda uma App especial de exercícios.

Não é uma prática comum dizer aos pacientes com insuficiência cardíaca como devem integrar exercícios na sua vida quotidiana apesar da sua condição, e apenas alguns têm um plano de exercícios ou fisioterapia.

Com esta investigação, a equipa pretendia fornecer aos médicos mais conhecimento para lidarem com o medo de fazer exercícios dos doentes – isso podia proporcionar-lhes melhor qualidade de vida e, idealmente, aumentar a sua expetativa de vida.

Fonte: Tupam Editores

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