CARDIOLOGIA

Carência de selénio pode aumentar risco de insuficiência cardíaca

Pessoas com défice de selénio têm maior risco de desenvolver insuficiência cardíaca – mesmo sem antecedentes de doenças do coração –, apurou um estudo realizado na Universidade de Lund, na Suécia.

Carência de selénio pode aumentar risco de insuficiência cardíaca

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O ser humano sintetiza mais ou menos entre 25 e 30 enzimas seleno-dependentes – ou selenoproteínas – que são necessárias para diversas funções essenciais. O défice de selénio pode prejudicar a produção biológica de selenoproteína P (SEPP1), uma das selenoproteínas mais importantes e responsável pelo transporte do selénio para o coração e outros órgãos que precisam deste nutriente.

Na investigação, publicada na revista científica Free Radical Biology and Medicine, estiveram envolvidos 4.803 homens e mulheres, todos participantes do grande estudo populacional sueco, Malmö Förebyggande Medicin.

Os especialistas analisaram os níveis séricos de selénio e cruzaram-nos com a prevalência de insuficiência cardíaca. Isto permitiu verificar a existência de uma relação entre baixos níveis de selénio e o aumento do risco de insuficiência cardíaca, durante um período de acompanhamento de 15 anos. Nos 20% de participantes com a concentração de selénio mais baixa, o risco era o dobro em comparação com os que tinham mais selénio.

A equipa já estava a par do papel do selénio na saúde do coração. Em 2019 havia-se demonstrado noutro estudo que a carência de selénio está relacionada com um pior prognóstico em doentes já diagnosticados com insuficiência cardíaca.

Segundo Amra Jujic, coordenadora do estudo, os resultados vieram corroborar uma investigação anterior de 2013 coordenada pelo Professor Urban Alehagen, cardiologista sueco, que demonstrou que idosos saudáveis que tomaram um suplemento diário de selénio, durante cinco anos, tinham um risco 54% inferior de morte por doença cardiovascular, em comparação com os que haviam tomado um placebo.

Além dos comprimidos de selénio, os participantes do grupo de tratamento ativo tomaram cápsulas com coenzima Q10, uma substância idêntica a vitaminas. Nestes participantes observou-se uma melhoria considerável no funcionamento do músculo cardíaco.

Recentemente as Recomendações Nórdicas de Nutrientes sofreram atualização e a dose recomendada de selénio foi aumentada em 50%. De acordo com as novas orientações, os homens precisam de 90 microgramas diários de selénio, enquanto as mulheres precisam de 70. Para os europeus em geral, é difícil chegar a esta dose porque o solo agrícola é relativamente pobre em selénio em extensas regiões da Europa.

Fonte: Tupam Editores

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