É urgente sensibilizar população para sinais de alerta de AVC
De acordo com um inquérito realizado a 426 especialistas em AVC de 55 países, apenas um em cada cinco referem que os doentes com AVC estão a receber o tratamento habitual. Uma situação que está a preocupar os peritos da área.
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Da avaliação feita, constata-se que a maioria dos pacientes idosos, diabéticos, hipertensos, obesos e com insuficiência cardíaca consideram os hospitais como locais potencialmente não seguros e, por isso, evitam aí deslocar-se. Mas, são estes os doentes que têm maior risco de AVC e de AVC mais graves.
O AVC pode também surgir como potencial complicação da infeção por SARS-CoV-2: em duas séries de casos é descrito que 36 por cento dos pacientes com COVID-19 têm complicações neurológicas, sendo as mais comuns tonturas, cefaleia ou encefalopatia.
Segundo o Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral (NEDVC) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) “é urgente sensibilizar a população para os sinais de alerta de AVC e para o que deve ser feito em caso de suspeita de AVC”.
Uma das mensagens que mais importa realçar é de que “os hospitais continuam a manter ativos os circuitos para tratamentos de doentes sem COVID-19”.
Por isso a especialidade apela a que, “perante sinais ou sintomas suspeitos de AVC não deixar de contactar o 112, ativando a Via Verde do AVC para referenciação correta e atempada aos serviços de emergência, de modo a permitir realização de terapêutica de fase aguda adequada, minimizando as sequelas”, apesar do confinamento.
“O AVC é uma emergência médica”, alerta o NEDVC, que reforça a importância da manutenção da terapêutica prescrita. “Não há indicação para suspender qualquer das terapêuticas previamente prescritas, sem indicação de médico assistente”, esclarece em comunicado a entidade.