Combate à tuberculose: não se pode baixar a guarda
O Dia Mundial da Tuberculose foi assinalado esta terça-feira, 24 de março. Esta é uma doença que, “atualmente, tem ainda uma elevada morbimortalidade, pelo que, mesmo nos países desenvolvidos, não se pode baixar a guarda no seu combate”, afirma António Domingos, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP).
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Transmitida por via área, e tendo como principais sintomas febre vespertina, emagrecimento, suores noturnos e tosse persistente (superior a mais de duas semanas consecutivas), de acordo com a Organização Mundial de Saúde, em 2018, esta doença foi responsável pela morte de 1,5 milhões de pessoas.
“Os grupos mais afetados são os das populações com menores rendimentos e aqueles em situações mais vulneráveis, incluindo as pessoas infetadas pelo VIH, para as quais a tuberculose é a principal causa de morte”, esclarece o médico pneumologista.
Quanto à incidência em Portugal, no ano de 2018, foi de 15,4 por 100 mil habitantes. Segundo António Domingos, “temos assistido a uma diminuição da notificação de tuberculose nos últimos anos, embora haja uma grande assimetria no nosso país. Os distritos de Porto e Lisboa, centros de elevada concentração populacional, têm uma taxa mais elevada - em 2018, estavam acima dos 20 casos por 100 mil habitantes e, por exemplo, só o concelho da Amadora atingia uma cifra superior a 40 casos por 100 mil habitantes”.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são, para o especialista, dois dos principais pilares para que se possa diminuir o número de casos no nosso país.
“O diagnóstico é fácil, tem tratamento eficaz, embora prolongado e com alguns efeitos secundários, e é importante apostar-se nisto para se conseguir diminuir os números e caminhar para uma erradicação da doença a médio-longo prazo”, conclui António Domingos.