Incenso pode ser tão prejudicial quanto fumar dentro de casa
Seja para aromatizar o ambiente ou ajudar a relaxar, o incenso – material aromático que liberta cheiro quando queimado –, é um produto popular, no entanto, tem perigos desconhecidos para a maior parte das pessoas, no sentido em que polui o ar à sua volta. Fundamentalmente, não há nenhuma diferença entre acender um incenso e fumar um cigarro dentro de casa.
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A promoção da saúde tem como base a aceitação de que os comportamentos em que nos envolvemos e as circunstâncias em que vivemos têm influência na nossa saúde. LER MAIS
A exposição a poluentes do ar interior é reconhecida como causa do aumento de vários problemas de saúde observados, nomeadamente, ao nível respiratório. Além das habitações, o incenso também é frequentemente utilizado em centros de bem-estar e spa, ginásios ou centros de ioga. Nestes espaços a intensidade respiratória é mais elevada, a inalação mais frequente, e as consequências para a saúde podem ser ainda mais gravosas.
No ambiente interior, a concentração de alguns poluentes pode ser 10 vezes superior aos respetivos níveis no exterior, pelo que é muito importante controlar as fontes de poluentes dentro dos espaços.
O que acontece é que as partículas finas oriundas do processo de queima dos incensos podem penetrar profundamente nos pulmões e depositar-se nas pequenas vias aéreas, causando inflamação e aumentando o risco de desenvolvimento de doenças respiratórias e agravamento das condições já existentes, como a asma e a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).
O benzeno e alguns hidrocarbonetos policíclicos aromático são as substâncias associadas ao fumo do incenso que mais riscos apresentam. Existem estudos que comprovam que estes compostos têm um potencial cancerígeno. Por isso, a exposição pode aumentar o risco de desenvolvimento de cancro de pulmão e também na nasofaringe.
E não é tudo. O uso frequente de incenso pode chegar à corrente sanguínea. Esse processo, conhecido como stress oxidativo, pode danificar as células e contribuir para o desenvolvimento de diversas doenças, desde problemas cardíacos, como a aterosclerose e acidente vascular cerebral, até condições neurodegenerativas.
Para reduzir os riscos, existem duas estratégias: o controlo da fonte, o que significa que é removida de casa, substituída ou moderada, e o controlo da exposição, essencialmente através de ventilação adequada. A primeira estratégia é preferível porque a prevenção é melhor do que a mitigação.
Outra forma de controlar a exposição é a restrição do tempo de permanência em determinado espaço contaminado e, como última solução, a diluição com o aumento da ventilação, que pode ser implementada pelo consumidor. Deverá dar-se especial atenção às pessoas vulneráveis, como crianças e pessoas com problemas de saúde, como os já mencionados, que não deverão permanecer em espaços onde ocorra a queima de incenso.