Os cientistas avaliaram 32 pacientes infetados com o vírus da febre chikungunya que apresentavam sintomas de lesões vasculares.

Entre os 20 doentes que repetiram os exames num período posterior, 65 por cento mantinham as alterações vasculares crónicas anteriormente identificadas e associadas à infeção pelo vírus.

"As manifestações vasculares da febre chikungunya estavam restritas a fases iniciais da doença. Agora, o estudo mostra não só uma nova manifestação, como a passagem à fase crónica da doença, já que os sintomas persistiram por mais de três meses", refere Catarina Almeida, cirurgiã vascular responsável pela investigação.

Os pacientes apresentaram sintomas como linfedema agudo crónico (acumulação de líquido nas pernas devido ao bloqueio do sistema linfático) e edema no dorso do pé, explicou a investigadora, acrescentando que ainda é desconhecido o motivo pelo qual as lesões vasculares crónicas atingem apenas os membros inferiores.

"O nosso próximo passo, agora, é realizar uma investigação molecular e compreender o motivo disso acontecer. Saber se será uma resposta imunológica à infeção exacerbada do paciente ou uma ação direta do vírus", avançou.