LESÕES

Mesmo concussões leves podem ter impacto no cérebro mais tarde

As lesões cerebrais traumáticas representam um fator de risco importante e potencialmente modificável para a demência. Uma equipa de neurocientistas, especialistas no cérebro e psiquiatras, liderados por um grupo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, descobriu evidências de que lesões cerebrais menores que ocorrem no início da vida podem ter impacto na saúde mais tarde.

Mesmo concussões leves podem ter impacto no cérebro mais tarde

DOENÇAS E TRATAMENTOS

DEMÊNCIA


Estudos anteriores haviam sugerido que determinadas formas de demência podem estar relacionadas com alguns tipos de lesões cerebrais. Nesta investigação – cujo objetivo era aprender mais sobre o impacto das concussões ou de outras lesões cerebrais menores na demência –, os especialistas analisaram e compararam exames de ressonância magnética de centenas de pessoas que participaram do estudo Prevent Dementia do Reino Unido.

Foram analisados exames de ressonância magnética de 617 adultos de meia-idade cognitivamente saudáveis com idades entre 40 e 59 anos que se voluntariaram para participar do Prevent Dementia e que realizaram, pelo menos, três exames de ressonância magnética. Foi estudado ainda o seu historial médico, dando atenção especial a lesões cerebrais que pudessem ter sofrido em algum momento da vida.

A equipa apurou que 36,1% dos voluntários relataram ter sofrido pelo menos uma lesão cerebral que foi séria o suficiente para os deixar inconscientes durante um curto período de tempo – tais lesões são classificadas como lesões cerebrais traumáticas (LCTs).

Na análise aos exames de ressonância magnética, a equipa identificou instâncias maiores do que o normal de micro-hemorragias cerebrais (1 em cada 6) e outros sintomas que descrevem como evidência de doença de pequenos vasos do cérebro.

Descobriu-se ainda que os pacientes com pelo menos uma LCT tinham maior propensão para fumar cigarros, tinham mais distúrbios do sono e maior probabilidade de ter problemas de marcha e a sofrer de depressão. E quanto mais LCTs uma pessoa havia sofrido, mais aparentes esses problemas se tornavam.

Outro aspeto que se destacou no estudo, publicado no jornal JAMA Network Open, foi que as pessoas que sofreram uma LCT quando mais jovens apresentavam um risco maior de problemas de memória do que os pacientes com doenças cardiovasculares, pressão alta ou diabetes – uma possível pista sobre a probabilidade de desenvolver demência.

Segundo os investigadores, são necessários outros estudos para aprender mais sobre o impacto a longo prazo das LCTs, particularmente no que diz respeito a problemas de retenção de memória e possíveis associações com o desenvolvimento de demência. Referem ainda que este estudo sugere a possibilidade de consequências desconhecidas para a saúde anos após as pessoas sofrerem lesões na cabeça.

Fonte: Tupam Editores

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