NOVOS VÍRUS, NOVAS PANDEMIAS? - Roteiros do medo

NOVOS VÍRUS, NOVAS PANDEMIAS? - Roteiros do medo

DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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Ciclicamente, por períodos mais ou menos longos, a humanidade tem sido confrontada com epidemias de origem infeciosa que rapidamente ficam fora de controle, afetando grandes áreas populacionais como continentes ou mesmo todo o planeta, transformando-se em pandemias.

Os primeiros relatos de pandemia de que temos notícia tiveram origem na Ásia em finais do século XVI com um surto de vírus da gripe, que em apenas meio ano se espalhou pela Europa, África, América do norte e Reino Unido, tendo dizimado cerca de 10% da população das áreas afetadas pela doença.

Mais tarde, já no século XVIII, desta vez com origem na Rússia, ocorreu um novo surto de gripe, que rapidamente evoluiu para pandemia e que em menos de três anos atingiu todo o planeta, tendo morrido nesse período mais de 500 mil pessoas. Ainda no mesmo século, outros casos de pandemia de gripe ocorreram na China (1781) e mais tarde em 1830 com início igualmente na China, eclodiu nova epidemia que rapidamente se viria a transformar em pandemia que atingiu a Europa e as Américas e infectou cerca de 25% da população.

Dada a semelhança dos sintomas e da patologia, a partir desta última ocorrência, as pandemias de gripe passaram a designar-se por nomes próprios como, gripe Russa (1889), Gripe Espanhola (1918), que se espalhou por cerca de 50% da população de todo o planeta e dizimou mais de 40 milhões de pessoas, Gripe Asiática (1957), que atingiu particamente todos os países em menos de 10 meses e cuja mortalidade variou de acordo com as áreas atingidas mas tendo atingido 80% em algumas delas e a Gripe de Hong Kong (1968) que infetou 500 mil pessoas naquela zona da China e que se espalhou rapidamente por todo o mundo devido sobretudo à deslocação dos soldados americanos infetados durante a guerra do Vietname.

A gripe espanhola em particular, também conhecida por peste bubónica, foi provocada por uma estirpe do vírus influenza A do subtipo H1N1, que se espalhou por todo o mundo com uma virulência incomum vitimou, segundo as melhores estimativas, entre 50 e 100 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo considerada a pandemia mais letal da história da humanidade e merecido o cognome de “mãe das pandemias”.

Além das pandemias de gripe outras surgiram, como a cólera, a peste negra que dizimou entre um terço a 50 por cento da população da Europa, a varíola e o sarampo, com mais de 2 milhões de mortes, e mais recentemente a grande pandemia global do vírus HIV que desde a sua eclosão em 1982 já infetou mais de 60 milhões de pessoas de que resultaram 20 milhões de óbitos.

Se reportarmos somente as de maior dimensão registadas ao longo da história, merece-nos também particular destaque a terceira grande pandemia da cólera, que foi responsável pela maior mortandade verificada no século XIX. Ocorreu na Índia a partir de 1846 e levou cerca de 25 anos a debelar tendo alastrado rapidamente pela Europa, Ásia, África e América, contabilizando-se mais de 1 milhão de mortes só na Rússia.

Embora confinadas a áreas mais restritas, outras doenças virais como o Ébola, Zika, Dengue e Chikungunya eclodiram, estando neste momento em estudo aturado pela comunidade científica internacional devido à facilidade de contaminação global, podendo resultar em grandes pandemias.

Novos itinerários dos vírus

Na atualidade, uma boa parte da humanidade vive de novo sob a ameaça da espada de Dâmocles, com o receio de propagação de um novo vírus, cuja etiologia é até agora desconhecida e que eclodiu na província chinesa de Hubei, interior do País, em finais de 2019 e a que a Organização Mundial de Saúde (OMS) convencionou chamar de CoVid-19, depois de no seu início ter ficado conhecido como coronavírus, devido à semelhança da sua configuração com uma coroa.

Estima-se que bactérias, vírus e outros microrganismos já tenham causado mais estragos à humanidade ao longo da sua história do que todas as guerras e acidentes naturais como terramotos, erupções vulcânicas e muitos outros.

Os coronavírus (CoV) são uma família alargada de vírus causadores de doenças que variam desde o resfriado comum a doenças mais graves, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV). O novo coronavírus (nCoV), que as autoridades chinesas de saúde agora assinalaram, é uma nova cepa que não foi previamente identificada em humanos.

Os investigadores descobriram que os coronavírus são zoonóticos, o que significa que são transmitidos entre animais e pessoas e que o seu código genético é em tudo semelhante à doença infecciosa de que os morcegos são portadores. Entretanto, investigações mais detalhadas posteriores à ocorrência, levaram à descoberta de que o SARS-CoV foi transmitido de gatos domésticos para humanos e o MERS-CoV de camelos dromedários para humanos, fazendo com que vários coronavírus já conhecidos se mantenham em circulação entre animais que ainda não infetaram humanos, mas que podem fazê-lo a qualquer momento no futuro.

Sinais comuns de infeção incluem sintomas respiratórios, febre, tosse, falta de ar e dificuldades respiratórias. Em casos mais graves, a infeção pode causar pneumonia, síndrome respiratória aguda grave, insuficiência renal e morte. Todavia, do que se sabe até ao momento, o novo cov-19 pode em muitos casos não manifestar sintomas, o que obviamente dificulta muitíssimo a tarefa de contenção do patógeno.

As recomendações padrão para impedir a propagação da infeção incluem lavagem regular das mãos, cobertura de boca e nariz ao tossir e espirrar, cozinhar bem a carne e os ovos. Além disso deve evitar-se o contacto próximo com qualquer pessoa que apresente sintomas de doenças respiratórias, como tosse e espirros.

Face ao elevado risco de propagação do novo coronavírus à escala global, o comité de emergência da Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional.

Entretanto foi divulgado pelo porta-voz da OMS que a organização está desde o início a trabalhar em estreita colaboração com especialistas globais, governos e parceiros para expandir rapidamente conhecimento científico sobre esta nova estirpe de vírus, rastrear a disseminação e virulência do vírus e fornecer conselhos a países e indivíduos sobre medidas a adotar para proteger a saúde e impedir a sua disseminação.

As pessoas que tenham interesse em manter-se informadas sobre a evolução diária da epidemia, cada dia que passa com mais caraterísticas de pandemia, ou obter orientações da OMS ou da autoridade nacional de saúde, poderão fazê-lo através dos portais http://www.who.int/ e do SNS (https://www.sns.gov.pt).

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