As estatísticas não podem ser mais esclarecedoras: em 2002 existiam cerca de 972 milhões de hipertensos em todo o mundo e as projecções para 2025 mostram que esse número irá aumentar para 1,56 biliões.
Para debelar esta epidemia, que está a assolar países desenvolvidos e subdesenvolvidos, e para chamar a atenção da população para a importância da prevenção, detecção e tratamento da hipertensão, a Liga de Hipertensão Mundial instituiu o Dia Mundial da Hipertensão, que este ano se assinalou a 17 de Maio.
A Hipertensão Arterial, caracterizada pelo aumento dos valores da pressão arterial, é uma das doenças com maior prevalência no mundo, sendo um dos factores mais relevantes para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares – a principal causa de morte em todo o mundo –, uma vez que quando associada ao sedentarismo, a uma má alimentação, a factores de hereditariedade, ao consumo de tabaco e de álcool e à obesidade, o risco de ataque cardíaco e de trombose aumenta 3 a 5 vezes.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, para se ter uma pressão arterial normal, a pressão sistólica deve situar-se abaixo dos 120 mmHg e a diastólica ser inferior a 80mmHg. Se os valores se elevarem para os 130x85mmHg, então a pessoa está numa fase de pré-hipertensão e quando os valores se situam acima dos 140x90mmHg, o indivíduo é considerado hipertenso.
Apesar da hipertensão ser uma doença facilmente detectável e normalmente controlável, vitima muita gente, pois na maioria dos casos não são observados quaisquer sintomas. Porém, quando estes ocorrem – dores de cabeça, cansaço, falta de ar, hemorragias nasais, entre outros – passam despercebidos porque são comuns a outras doenças.
Os danos causados por esta condição lesam não apenas o coração, mas vários outros órgãos, como os rins, cérebro e os olhos.
Para além do mais, uma vez que a hipertensão é, igualmente, um factor preponderante no desenvolvimento de aterosclerose – formação de ateromas dentro dos vasos sanguíneos, levando à posterior obstrução – qualquer órgão pode ser atingido.
A hipertensão pode ser classificada em primária e secundária. Na maioria dos casos, a hipertensão é primária, ou seja, vale por si mesma e em 95% destes casos, os médicos desconhecem a sua origem. "Nesses pacientes ocorre um aumento da rigidez das paredes arteriais, facto que é favorecido pela herança genética em 70% dos casos".
A hipertensão secundária caracteriza-se pela predominância de um factor causal sobre os outros. Deste modo, pode ocorrer hipertensão por doença do parênquima renal, por aldosteronismo primário, pelo desenvolvimento de um feocromocitoma, decorrente da gravidez, da toma de corticosteróides, anticoncepcionais, anti-inflamatórios, entre outros.
Até à data a ciência ainda não descobriu cura para a doença, mas sabe-se que a adopção de um estilo de vida saudável é essencial para a sua diminuição. É necessário comer saudavelmente, o que passa, entre outras coisas, por uma drástica redução no consumo do sal – quer na confecção dos alimentos, quer aquando da sua ingestão –, e praticar exercício físico moderado, como a marcha, dança e natação. Os hipertensos não devem praticar actividades físicas que envolvam o levantamento de pesos e empurrar objectos pesados.
Porém, por vezes, estas medidas não são suficientes e têm de ser coadjuvadas com fármacos, que irão tornar-se companheiros inseparáveis do hipertenso para o resto da sua vida. Estes fármacos poderão ser tomados isoladamente ou em concomitância com outros.
Suis terras in Alauario et Salinas
No ano em que o lema do Dia Mundial da Hipertensão é Reduza o Consumo de Sal – Aumente a Actividade Física, Aveiro, a terra das salinas, a única cidade do país a promover a prática do exercício físico disponibilizando bicicletas aos seus munícipes, foi eleita a Capital Nacional desta condição que afecta cerca de 40% da população portuguesa.
Para assinalar este dia, foram distribuídos folhetos informativos e afixados cartazes sobre a importância da prevenção e tratamento da hipertensão, nos hospitais e centros de saúde.
Com o apoio da Servier Portugal, a população de Lisboa e Aveiro foi convidada a realizar um rastreio gratuito, com o acompanhamento de médicos e enfermeiros e iniciado com uma sessão de esclarecimento. Também nestas cidades se realizaram palestras e provas de comida com menos sal.
A Sociedade Portuguesa de Hipertensão divulgou os dados do recente estudo: O que os Portugueses sabem sobre a hipertensão?, que contou com a participação da população, médicos e farmacêuticos e cujo objectivo era analisar o nível de sensibilidade e os conhecimentos acerca desta doença. Segundo o estudo, dos 40% de portugueses que sofrem de hipertensão, apenas 18% tem consciência da sua doença.
A hipertensão é uma doença que vai atacando as suas vítimas silenciosamente. A obesidade e o sedentarismo estão a aumentar drasticamente e com eles os valores da pressão arterial. É necessário prevenir, medindo regularmente a tensão, nomeadamente as pessoas no grupo de risco – diabéticos, obesos, doentes do coração, entre outros – e, acima de tudo, é vital adoptar um estilo de vida saudável.
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.
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