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Excesso de açúcar cria dependência nas crianças

Atualmente, os hábitos alimentares das crianças não são os mais adequados. Enchemos os miúdos de açúcar, muitas vezes sem saber, porque é açúcar escondido. E quanto mais açúcar consomem, mais querem: é um ciclo vicioso do qual não se consegue escapar.

Excesso de açúcar cria dependência nas crianças

DIETA E NUTRIÇÃO

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A indústria alimentícia dedica-se à fabricação para vender e lucrar num mercado competitivo. O consumidor deve ser atraído pelo produto. O problema é que quem faz isto não são as empresas que têm os produtos mais saudáveis, muito pelo contrário.

Isto é especialmente marcante no caso dos produtos destinados às crianças e aos adolescentes. Estes produtos ocupam a parte mais visível e mais chamativa dos supermercados, e quando se percebeu os danos que causavam à saúde, as empresas conseguiram esconder o máximo possível os ingredientes realmente nocivos.

De acordo com a Dra. Isabel Sánchez Claros, médica e especialista em nutrição, o açúcar tem um poder viciante. O nosso cérebro primitivo considera-o uma fonte rápida e fácil de energia e leva-nos a consumi-lo. Em épocas pré-históricas podia haver uma razão para isso, mas não no mundo moderno. O cérebro adulto pode aprender a parar, mas o de uma criança não.

O açúcar faz com que as crianças se sintam mais nervosas, impulsivas e excitadas, e isso aumenta a sensação de dependência. O consumo de açúcar é como um ciclo do qual não se consegue escapar. Quando se ingere grandes quantidades, provoca um pico de insulina. Mas tão depressa sobe, como desce. E queremos mais. A verdade é que quanto mais se consome, mais se quer.

E é por essa razão que se devem habituar as crianças ao sabor natural dos alimentos. A grande maioria dos produtos para eles, mesmo os salgados, incluem algum tipo de açúcar para realçar e melhorar o sabor. Um dos setores particularmente marcantes é o dos laticínios. Acima de tudo, porque é um dos primeiros alimentos processados que se inclui na dieta.

Mas esses iogurtes açucarados vão fazer a criança acostumar-se àquele sabor extra doce e criar dependência. O iogurte infantil deve ser natural, sem aditivos. É apenas leite e coalho lácteo ou fermentos lácteos. Para ser saudável, não deve conter mais nada. Quando contém corantes, açúcares ou adoçantes, está-se a educar mal o paladar da criança.

Outro alimento perigoso são as bolachas. A publicidade enganosa destaca informações como “ricas em fibras” ou “multivitamínico” para tentar convencer o consumidor de que está a obter o melhor alimento. Mas a verdade está nos ingredientes que constam do rótulo, naquelas letras pequeninas tão difíceis de ler.

E é aí que se percebe que o teor de fibras pode ser mínimo ou que as vitaminas são adicionadas e não compensam a quantidade de gorduras de baixa qualidade e farinhas refinadas que o produto também inclui. As bolachas infantis geralmente têm açúcar como primeiro ou segundo ingrediente.
O que acontece é que está escondido sob outros nomes, como dextrose, sacarose ou maltodextrina. Ou, pior ainda, substitui-se o açúcar por adoçantes que afetam a microbiota intestinal, como sorbitol, manitol e quaisquer outros adoçantes terminados em “ol”.

A lista de produtos não recomendados inclui a grande maioria dos sumos de frutas industrializados, que são basicamente água com açúcar, e refrigerantes gaseificados. Os chocolates são outro dos produtos. O chocolate em si não é mau, o que acontece é que o que vendem como chocolate é açúcar, leite e uma baixa percentagem de cacau. O chocolate autêntico é aquele que tem pelo menos 75% de cacau.

Fonte: Tupam Editores

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