Dietas atuais são muito ricas em ómega-6 e pobres em ómega-3
Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Lodz, na Polónia, sugere que o equilíbrio entre os ácidos gordos ómega-3 e ómega-6 é essencial na dieta, pois só assim os efeitos cardioprotetores são alcançados. Infelizmente, as dietas atuais são muito ricas em ómega-6 e pobres em ómega-3.
De acordo com o nutricionista Saúl Sánchez, isto é justamente o oposto do que deveria acontecer, e a razão está sobretudo nos alimentos ultraprocessados e na má nutrição dos animais que consumimos. Os alimentos ultraprocessados contêm ácido linoleico e ácido araquidónico, que são do tipo ómega-6. Por estarem escondidos entre os ingredientes destes produtos, não temos consciência de que possuem grandes quantidades, e esse excesso anula os benefícios e pode colocar em risco a nossa saúde.
Apesar dos efeitos positivos do ácido linoleico, a baixa presença de ómega-3 não consegue regular o efeito inflamatório causado pelo ómega-6 e isso afeta o risco cardiovascular.
Os resultados do estudo polaco destacam a necessidade de ter mais cuidado com a alimentação, para que não falte ómega-3 nem ómega-6, no entanto, devem estar nas proporções exatamente opostas ao que acontece com maior frequência agora.
Ou seja, há que reduzir os alimentos ultraprocessados e adicionar mais peixes gordurosos, como sardinha, salmão ou atum, e frutos secos, principalmente nozes.
Convém ter em mente que numa dieta equilibrada as gorduras são uma parte importante, mas não têm de ser a principal contribuição. Segundo a Organização Mundial da Saúde, as gorduras não devem ultrapassar 35% do total de nutrientes. Os hidratos de carbono (massas e cereais) devem ser de 50% a 55%, e as proteínas (leguminosas e carnes) devem representar os restantes 10% a 15%.
Além disso, nem todas as gorduras são iguais. Existem algumas gorduras saturadas que são prejudiciais e que devem ser reduzidas ao máximo. As mais saudáveis são as gorduras insaturadas ou poliinsaturadas, mas todas são essenciais para o funcionamento do organismo.
As gorduras poliinsaturadas são os ómega-3 e 6, e são chamados assim porque possuem duas ou mais ligações na sua estrutura química. Já as gorduras insaturadas têm apenas uma ligação dupla e estão presentes em alimentos como o azeite e também no abacate ou nas nozes. Todos ajudam a reduzir o colesterol LDL (mau colesterol).