Não basta caminhar, é o ritmo da caminhada que beneficia a saúde
Caminhar é um dos exercícios mais aconselhados pelos médicos. A recomendação de caminhar como exercício saudável tem mesmo raízes muito antigas. Na antiga Grécia, Hipócrates, considerado o pai da medicina, dizia que era uma forma de manter a saúde. O problema é que temos tendência para confundir um passeio com uma caminhada, apesar de serem coisas diferentes.
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Caminhar não é ir às compras e parar numa ou noutra montra. Também não é contar os passos que demos por dia com o podómetro. Não que isso não seja bom, pois ajuda a incentivar os movimentos, mas não é suficiente.
Para se obterem os benefícios, a caminhada tem de ser rápida. De acordo com o médico Mauricio González, especialista em nutrição, caminhar rápido define-se como andar a 6 km por hora. Isto para uma pessoa adulta saudável, claro. Pessoas idosas ou com problemas crónicos devem adequar o ritmo da caminhada às suas capacidades.
A ideia é que fiquemos algo cansados, que transpiremos um pouco e que o coração bata mais rápido, ou seja, que nos apercebamos do esforço. Uma forma de comprovar que se está na intensidade correta é não conseguir falar fluidamente.
A frequência com que se caminha e a duração da caminhada também são fatores importantes. A recomendação é caminhar três ou quatro vezes por semana. Os resultados serão melhores a partir de uma caminhada diária rápida de 30 minutos.
Esses 30 minutos de caminhada estão associados a benefícios muito concretos para a saúde: reduzem o risco de derrames cerebrais; reduzem até 19% a incidência de enfartes; reduzem o acúmulo de gordura abdominal; melhoram a memória, a aprendizagem e a função executiva; reduzem o risco de depressão e de ansiedade.
Fazer dessas caminhadas uma rotina é um passo na direção correta. O que se pretende não é fazer maratonas, pelo contrário. Os médicos, especialmente os cardiologistas, têm observado mais casos de enfartes em pessoas que começaram a fazer exercícios extenuantes sem estarem bem preparadas. Algumas investigações também sugerem que os benefícios neurológicos do exercício podem perder-se porque a intensidade provoca muito stress, o que é prejudicial.
Melhorar o exercício é aumentar a distância que se caminha até uma determinada hora. É propor-se atingir outros objetivos, como fazer percursos com algumas subidas, por exemplo. Caminhar num parque também permitirá estar em contacto com a natureza, o que traz benefícios adicionais. Se não tem o hábito de praticar desporto, as caminhadas são o exercício ideal para começar. Experimente!