Estudo identifica proteínas associadas à insuficiência cardíaca
Uma análise de amostras de sangue de milhares de participantes, liderada por investigadores do UT Southwestern Medical Center, revelou 18 proteínas associadas à insuficiência cardíaca e à fragilidade, condições que geralmente se desenvolvem na terceira idade.
MEDICINA E MEDICAMENTOS
INVISTA NA SUA SAÚDE
A promoção da saúde tem como base a aceitação de que os comportamentos em que nos envolvemos e as circunstâncias em que vivemos têm influência na nossa saúde. LER MAIS
Para o líder do estudo, Amil Shah, as descobertas, que foram publicadas na JAMA Cardiology, apoiam a existência de caminhos biológicos partilhados subjacentes à insuficiência cardíaca e à fragilidade, o que sugere que intervenções para prevenir ou tratar um resultado podem ajudar a diminuir o fardo do outro.
À medida que a população mundial envelhece, a prevalência e a incidência de insuficiência cardíaca e fragilidade, distúrbios que tendem a ocorrer na sétima década de vida e depois disso, também aumentam.
A insuficiência cardíaca é caracterizada pela incapacidade do coração de acompanhar as exigências do corpo; já os sintomas de fragilidade são uma perda geral da função física, com características que frequentemente incluem perda de peso não intencional, exaustão física e baixa atividade física.
A fragilidade ocorre em até metade das pessoas com insuficiência cardíaca, e o risco de insuficiência cardíaca aumenta em pessoas com fragilidade. Embora a inflamação tenha sido implicada em ambos os distúrbios multissistémicos, não se sabe se a insuficiência cardíaca e a fragilidade partilham vias moleculares.
Para esclarecer esta questão, a equipa de investigação utilizou dados do estudo Atherosclerosis Risk in Communities (ARIC) – um estudo longitudinal em curso iniciado no fim da década de 1980 em locais da Carolina do Norte, Mississippi, Minnesota e Maryland.
Através dos registos médicos, os especialistas procuraram por hospitalizações devido a insuficiência cardíaca em 10.630 participantes do ARIC que enviaram amostras de sangue no início do estudo. Seguidamente compararam quase 5.000 proteínas presentes nas amostras de sangue dos participantes que tiveram insuficiência cardíaca e em participantes que não tiveram, o que revelou 83 proteínas que pareciam estar associadas à insuficiência cardíaca que ocorreu tanto na meia-idade quanto na velhice.
Após procurarem proteínas em participantes que desenvolveram fragilidade na terceira idade, os investigadores reduziram a lista para 18 proteínas que pareciam estar ligadas tanto à insuficiência cardíaca quanto à fragilidade. Estas 18 proteínas também foram associadas a ambos os distúrbios entre 3.189 participantes de um outro estudo, denominado Cardiovascular Health Study.
Os investigadores concluíram que várias dessas proteínas desempenham papéis conhecidos na inflamação, no entanto, outras parecem estar envolvidas na fibrose (espessamento e cicatrização do tecido), metabolismo lipídico e morte celular. Uma análise genética separada sugeriu que cinco das proteínas podem ser causadoras de ambas as condições.
De acordo com o Dr. Shah, estudos futuros terão por base estas descobertas, e investigarão os mecanismos de como as proteínas podem contribuir para a insuficiência cardíaca e a fragilidade, ou resultar da sua ocorrência. Ao compreender melhor as 18 proteínas, os especialistas poderão eventualmente desenvolver medicamentos para prevenir ou tratar simultaneamente ambas as condições.