DIABETES

Mães com diabetes tipo 1 protegem os filhos da doença

Ter uma mãe com diabetes tipo 1 (DT1) pode conferir proteção a longo prazo contra a doença em crianças, apurou um novo estudo realizado por investigadores da Universidade de Cardiff, cujos resultados serão apresentados na reunião anual da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (AEED), que se realiza em setembro em Madrid.

Mães com diabetes tipo 1 protegem os filhos da doença

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Este efeito protetor é sugerido pelo facto de uma criança ter quase o dobro da probabilidade de desenvolver DT1 se for o seu pai a ter a doença, e não a sua mãe. Segundo a investigadora principal, Dra. Lowri Allen, a exposição à DT1 no útero provavelmente confere alguma proteção às crianças. As descobertas sugerem que esta proteção é um efeito a longo prazo que se estende até à vida adulta.

Pessoas com histórico familiar de DT1 têm de 8 a 15 vezes mais probabilidade de desenvolver a condição autoimune, no entanto, vários estudos mostraram que o risco é maior se o parente afetado for o pai em vez da mãe.

Para entender a razão disto os investigadores analisaram dados agrupados de cinco estudos anteriores com quase 11.500 pessoas com DT1. Descobriram, então, que pessoas com DT1 tinham 1,8 vezes mais probabilidade de ter um pai com a condição do que uma mãe. Esse foi o caso tanto para crianças quanto para adultos diagnosticados com DT1.
O diagnóstico de DT1 aconteceu aproximadamente na mesma idade, independentemente de a mãe ou o pai de uma pessoa ter ou não a doença.

No estudo foi usada ainda uma pontuação de risco genético para analisar os pacientes. Esta pontuação teve em consideração mais de 60 genes diferentes associados à DT1. Verificou-se que as pessoas que tinham mães com DT1 tinham pontuações de risco genético semelhantes às de pais diabéticos – o que sugere que a proteção relativa contra a diabetes não se devia aos genes que herdaram.

No entanto, os resultados também mostraram que ter uma mãe com DT1 só conferia proteção contra a condição se ela desenvolvesse diabetes antes da gravidez. Isto, juntamente com a descoberta de que o risco genético herdado de DT1 não era diferente em indivíduos com mães e pais afetados, sugere que a exposição à DT1 no útero é crítica.

Os especialistas realçam a necessidade de mais estudos para descobrir o que ocorre exatamente no útero para conferir alguma proteção contra a doença. Entender porque ter uma mãe e não um pai com DT1 confere uma proteção relativa contra a DT1 pode ajudar a desenvolver novas formas de prevenir esta doença autoimune.

Fonte: Tupam Editores

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