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Beber água gelada pode ser prejudicial para a saúde

Numa tarde quente de verão ou após uma sessão intensa de exercícios, poucas coisas são tão revitalizantes quanto um copo de água gelada. Essa sensação de frescura que percorre o corpo parece ser o antídoto perfeito contra o calor e o cansaço, no entanto, por trás desse prazer refrescante, escondem-se efeitos menos conhecidos que podem ter um impacto significativo na saúde.

Beber água gelada pode ser prejudicial para a saúde

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A garganta irritada e inflamada é uma das consequências da água gelada. Se bem que a vilã neste caso nem é à água fria, mas as variações bruscas de temperatura. Quando se está com o organismo muito quente, a bebida gelada pode causar a diminuição do batimento ciliar (as estruturas existentes nas mucosas do trato aerodigestivo). E essa diminuição do movimento dos cílios pode fazer com que se sinta irritação e se fique com inflamação na garganta. As lesões podem acontecer não só na garganta, mas também em estruturas adjacentes, como a laringe e faringe.

Para quem tem sensibilidade dentária, um gole de água gelada pode ser um choque para os dentes. A exposição frequente ao frio extremo pode enfraquecer o esmalte dos dentes, tornando-os mais suscetíveis a danos e desconfortos. Além disso, mudanças bruscas de temperatura podem causar microfissuras no esmalte. Com o tempo, essas fissuras podem aprofundar, aumentando o risco de cáries e erosão dentária. Assim, moderar a temperatura da água que se bebe pode ser a chave para preservar a saúde dentária a longo prazo.

Outro efeito surpreendente da água gelada é a capacidade de desencadear dores de cabeça e enxaquecas. Este fenómeno, muitas vezes referido como “brain freeze”, ocorre quando o frio da água atinge o céu da boca, causando uma rápida contração e dilatação dos vasos sanguíneos na cabeça. Para algumas pessoas, essa resposta rápida pode desencadear uma dor de cabeça aguda, embora passageira. Em casos mais raros, indivíduos suscetíveis podem experimentar enxaquecas, o que sugere que a moderação da temperatura da água pode ser um fator relevante na prevenção desses desconfortos.

No sistema digestivo a água gelada também tem um impacto notável. Ao ingerir água a baixas temperaturas, o organismo precisa de trabalhar mais para a aquecer até a temperatura interna. Esse processo parece inofensivo, mas pode desacelerar a digestão. O frio causa a contração dos vasos sanguíneos e reduz o fluxo de sangue ao estômago, retardando a quebra dos alimentos. Este efeito pode ser especialmente problemático após as refeições, pois uma digestão mais lenta implica uma absorção menos eficiente dos nutrientes, podendo resultar em desconfortos como inchaço e indigestão.

Já no sistema circulatório a água gelada pode causar uma reação vascular, fazendo com que os vasos sanguíneos se contraiam temporariamente. Essa resposta pode resultar numa diminuição do fluxo sanguíneo para órgãos vitais, o que, embora seja uma mudança temporária, pode ser preocupante para pessoas com certas condições cardiovasculares. Além disso, a constrição dos vasos sanguíneos pode aumentar a pressão arterial, representando um risco adicional para quem é hipertenso.

Beber água gelada é uma prática comum e muitas vezes irresistível, mas convém estar ciente dos efeitos nocivos que essa escolha pode ter na nossa saúde. Como em muitos aspectos da vida, o equilíbrio é a chave. Optar por água à temperatura ambiente, ou levemente fresca, pode ser uma forma mais saudável de se manter hidratado.

Fonte: Tupam Editores

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