Treze neoplasias malignas humanas foram identificadas como cancros associados à obesidade, ou seja, a presença de excesso de gordura corporal está associada ao aumento do risco de desenvolver cancro e pior prognóstico em pacientes com esses tumores específicos.

Na investigação, a equipa comparou pacientes com diabetes tipo 2 (DT2) que haviam sido tratados com insulina versus pacientes que tinham recebido uma classe de medicamentos conhecida como agonistas do peptídeo 1 semelhante ao glucagon (GLP-1), entre 2005 e 2018.

Os agonistas do GLP-1 existem há cerca de 20 anos, mas uma nova geração desses medicamentos, entre eles o semaglutido, foi popularizada devido aos efeitos mais significativos na perda de peso. Neste estudo, entre os medicamentos estudados estavam o semaglutido e o liraglutido, entre outros.

Os especialistas descobriram que os pacientes que haviam recebido agonistas de GLP-1 tinham um risco significativamente menor de desenvolver 10 dos 13 cancros estudados, incluindo o cancro de esófago, colorretal, endometrial, vesícula biliar, rim, fígado, ovários e pâncreas, assim como meningioma e mieloma múltiplo.

Entre os cancros que não apresentaram mudança significativa no risco, a equipa referiu o cancro de tiroide e o cancro da mama em mulheres na pós-menopausa.

Segundo Rong Xu, a investigação forneceu evidências de que os GLP-1RAs são promissores para eliminar a ligação entre a obesidade e o cancro. Para o autor do estudo, os benefícios protetores demonstrados podem encorajar os médicos a prescrever tratamentos com GLP-1 aos pacientes com diabetes em vez de outros medicamentos como a insulina.