GENÉTICA

Estudo revela fator genético que pode aumentar risco de demência

O risco genético de desenvolver a doença de Alzheimer é mais fortemente influenciado pelo lado materno do que pelo lado paterno, apurou um estudo recententemente disponibilizado na JAMA Neurology. A doença – que rouba memórias, independência e a capacidade de um relacionamento com os entes queridos –, é a forma mais comum de demência, representando 60-70% de todas as demências.

Estudo revela fator genético que pode aumentar risco de demência

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Durante a investigação, a equipa analisou dados de 4.413 pessoas com idades compreendidas entre 65 e 85 anos que não apresentavam problemas de função cognitiva ou de memória.
Os participantes faziam parte do estudo Tratamento Anti-Amiloide no Alzheimer Assintomático, um ensaio clínico de fase 3 que investiga um medicamento que os especialistas esperam que vá retardar a progressão dos problemas de memória.

A função cognitiva dos participantes foi medida através de perguntas do amplamente utilizado mini-exame do estado mental. Foi ainda utilizada a tomografia por emissão de pósitrons (PET) para examinar os seus cérebros à procura de marcadores da doença de Alzheimer e para determinar o risco de a desenvolver.

Os investigadores procuravam principalmente a presença de placas amiloides, que são uma das duas características da doença de Alzheimer. Essas placas amiloides tóxicas formam-se quando pedaços de proteína, chamados beta-amiloides, se aglomeram. Acredita-se que o acúmulo de beta-amiloide seja um precursor proeminente da doença de Alzheimer.

Os resultados dos exames PET mostraram que os participantes cujas mães tinham historial de comprometimento da memória (independentemente da idade em que os problemas de memória haviam começado) apresentavam níveis mais elevados de beta-amiloide. Os níveis de amiloide eram significativamente mais elevados, em média, naqueles com história materna de comprometimento da memória do que nos com história paterna.

Os resultados permitiram verificar que os participantes cujos pais tiveram perda de memória precoce (que ocorreu antes dos 65 anos) também apresentaram níveis mais elevados de beta-amiloide. Por outro lado, os participantes que tinham apenas histórico paterno de comprometimento da memória de início tardio (ocorrendo após os 65 anos de idade) e aqueles que não tinham histórico familiar de perda de memória apresentavam níveis normais de beta-amiloide.

A razão para esta ligação não está completamente compreendida, no entanto, os investigadores sugerem que pode dever-se à disfunção das mitocôndrias, estruturas que fornecem energia dentro das nossas células e que são herdadas apenas do lado materno.

Este estudo confirma o papel crítico que a genética desempenha no desenvolvimento da doença de Alzheimer, mas não é o único fator de risco. Muitos fatores de risco modificáveis – como diabetes, pressão arterial elevada, doenças cardiovasculares e má alimentação – também contribuem enormemente para o desenvolvimento da doença.

Fonte: Tupam Editores

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