No estudo, publicado na revista JAMA Ophthalmology, os especialistas analisaram históricos de casos de 200 mil pacientes idosos para descobrir uma associação entre o consumo regular de melatonina e o desenvolvimento de DMRI.

Investigações anteriores haviam demonstrado que, à medida que envelhecem, muitas pessoas começam a apresentar degeneração da mácula, uma parte central da retina. Há muitos anos que os cientistas procuram formas de prevenir ou interromper a progressão da doença mas, embora tenha havido algum progresso, ainda não existe cura.

Nos últimos anos, os especialistas perceberam que as pessoas que tomam suplementos de melatonina podem ter menos probabilidade de desenvolver a doença. Em 2020, uma equipa descobriu que níveis mais elevados de melatonina podem prevenir danos na retina causados pela DMRI. No ano seguinte, outra equipa de investigadores descobriu que pacientes com DMRI tendiam a ter quantidades de melatonina abaixo da média no sangue e nas lágrimas.

Neste estudo, os cientistas analisaram os registos médicos de 200.000 idosos, abrangendo os anos de 2008 a 2023, à procura de uma associação. Descobriram, então, que dos 121.523 pacientes com 50 anos ou mais que não apresentavam evidências de DMRI, muitos tomavam regularmente suplementos de melatonina.

Verificou-se ainda que muitos pacientes que começaram a tomar suplementos de melatonina após desenvolverem DMRI experimentaram uma degradação mais lenta da doença do que aqueles que não iniciaram a toma desses suplementos.

Concluiu-se, então, que o uso da melatonina estava associado a uma diminuição do risco de desenvolvimento e progressão da DMRI. Embora fatores de estilo de vida possam ter influenciado esta associação, os resultados fornecem uma justificativa para futuras investigações sobre a eficácia do uso da melatonina como terapia preventiva contra a DMRI.