Mudanças climáticas têm impacto na saúde perinatal
O aumento das taxas de nascimentos prematuros e precoces está associado às ondas de calor, apurou uma investigação realizada por uma equipa de especialistas da Universidade de Nevada, nos Estados Unidos.
SOCIEDADE E SAÚDE
ONDAS DE CALOR E AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS - Estratégias para lidar com o calor
A ocorrência de episódios de ondas de calor são cada vez mais frequentes e, segundo indicam os cientistas, estão associados às alterações climáticas no planeta e poderão ser irreversíveis. LER MAIS
No estudo de coorte descobriram-se evidências de que as mudanças climáticas têm impacto no nascimento dos bebés. Por outras palavras, verificou-se que a incidência de partos prematuros é ligeiramente mais alta durante períodos em que as ondas de calor extremo são mais prolongadas.
Os investigadores analisaram dados de 53 milhões de partos realizados entre 1993 e 2017 nas 50 áreas metropolitanas mais populosas do país. Foram analisados 2.153.609 nascimentos prematuros e 5.795.313 nascimentos precoces ocorridos na estação quente. Um total de 30,0% das mães tinham menos de 25 anos, 53,8% tinham entre 25 a 34 anos e 16,3% tinham 35 anos ou mais.
Os resultados permitiram concluir que as taxas diárias de nascimentos de prematuros extremos (entre as 28 e 37 semanas de gestação) e prematuros (37 a 39 semanas) aumentaram à medida que as temperaturas subiram e se prolongavam por quatro a sete dias.
O estudo, publicado na revista JAMA Network Open, revelou que eventos extremos de calor têm implicações para a saúde perinatal. A equipa pede cautela na análise dos dados uma vez que a partir de um estudo observacional não é possível estabelecer uma relação direta entre o calor e o aumento do número de partos prematuros – embora se possam fazer associações.