O composto, denominado CDD-2807, funciona inibindo uma proteína chamada serina/treonina quinase 33 (STK33), que é enriquecida nos testículos de mamíferos. A dose certa do medicamento pode entrar na corrente sanguínea, atravessar os testículos e reduzir a hiperatividade dos espermatozoides.

Na investigação, publicada na revista Science, a equipa injetou diariamente, durante 21 dias, o contraceptivo em 12 ratinhos machos. Nenhum deles gerou novos filhotes ainda que vivessem juntos das fêmeas e acasalassem.

Uma análise aos testículos dos ratos permitiu verificar que eles tinham uma contagem menor de esperma, menor motilidade espermática e menos espermatozoides hiperativados em comparação com os animais do grupo de controle (que não receberam o CDD-2807). Posteriormente, interrompeu-se a aplicação do composto durante 53 dias, o que levou ao reaparecimento das gestações.

Segundo a patologista Courtney Sutton, uma das cientistas envolvidas na investigação, os ratos não mostraram sinais de toxicidade com o tratamento com CDD-2807, o composto não se acumulou no cérebro, e o tamanho dos testículos não sofreu alterações. Mais importante ainda, o efeito contracetivo foi reversível.

Ainda não há uma previsão de quando o método contracetivo masculino será estudado em humanos, mas os resultados positivos em animais são um passo importante.

Embora existam vários métodos de controle de natalidade para as mulheres, as opções para o sexo masculino resumem-se ao uso de preservativos e à vasectomia. O lançamento de uma nova opção segura e reversível para homens poderia representar menos carga para as mulheres, que muitas vezes são expostas diariamente a hormonas para evitar uma gravidez.