DEPRESSÃO

Cogumelos mágicos podem tratar depressão resistente a fármacos

Normalmente denominada por “cogumelos mágicos”, a psilocibina é um tratamento alternativo promissor para pessoas com depressão e ansiedade resistentes a medicamentos. Estudos anteriores haviam indicado que os fungos psicadélicos podem ter efeitos positivos em pacientes que sofrem de algumas doenças mentais, mas persiste a questão: será a psilocibina uma alternativa segura aos medicamentos tradicionais?

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Uma nova meta-análise realizada por investigadores da Universidade da Geórgia sugere que sim. O estudo, publicado no JAMA Network Open, permitiu descobrir que, quando administrada em dose única terapêutica, a psilocibina tem efeitos colaterais semelhantes aos medicamentos antidepressivos tradicionais.
Estes efeitos foram geralmente bem tolerados pelos participantes e desapareceram no prazo de 24 a 48 horas.

Até ao momento, os estudos clínicos concentraram-se principalmente na eficácia da psilocibina, mostrando as revisões sistemáticas eficácia favorável, mas nenhum se concentrou na sua segurança.

A meta-análise de seis ensaios clínicos randomizados, duplo-cegos incluiu 528 participantes (aproximadamente 51% do sexo feminino; idade média de 39,8 anos). Os estudos incluídos foram realizados sob estreita supervisão de terapeutas treinados e de profissionais de saúde que orientaram os pacientes durante o processo e os mantiveram calmos durante todo o tratamento.

Foram relatados em vários estudos, e incluídos na análise, sete efeitos adversos. De entre estes efeitos, dor de cabeça, náuseas, ansiedade, tonturas e pressão arterial elevada foram estatisticamente significativos. O uso de psilocibina não foi associado ao risco de paranoia e transtorno de pensamento transitório.

Para Joshua Caballero, autor sénior correspondente do artigo, ao lidar com substâncias potencialmente perigosas é fundamental a supervisão profissional. Ainda se sabe pouco sobre os potenciais efeitos colaterais a longo prazo e os efeitos colaterais raros mais graves do uso da psilocibina.

No caso dos antidepressivos, têm uma caixa preta de alerta da FDA sobre o potencial de aumento do risco de pensamentos suicidas e de suicídio em adultos jovens. A maior parte das investigações sobre psilocibina foi conduzida em adultos na faixa dos 30 e 40 anos, portanto, não está claro se a psilocibina teria um efeito semelhante em adultos com menos de 26 anos.

A esperança de Caballero é que este estudo possa ajudar os especialistas a monitorizar esses cinco efeitos colaterais agudos que são muito comuns e alertá-los sobre outros possíveis. Mas, se se puder utilizar este medicamento com segurança num ambiente controlado, poderá ser inovador para muitos pacientes que dele necessitam.

Fonte: Tupam Editores

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