Psilocibina

O que é
A psilocibina (4-phosphoryloxy-N,N-dimethyltryptamine) (conhecida como cogumelos mágicos) é um alcalóide indólico do grupo das triptaminas alucinógenas.
Essa substância é produzida, principalmente, por fungos do género Psilocybe, que são amplamente encontrados ao redor do mundo, sendo mais comummente encontrada a espécie Psilocybe cubensis.
Certas espécies, como o P. cubensis, podem ter evoluído a capacidade de sintetizar psilocibina para defesa contra certos insectos fungívoros, visto que apresenta certa toxicidade para artrópodes.

A psilocina é uma substância análoga à serotonina e age como um agonista dos receptores de serotonina 5-HT, podendo causar efeitos psíquicos (estados alterados de consciência, sinestesias, aumento de introspecção e experiências hipnagógicas) e somáticos (midríase, piloereção e irregularidades no sistema cardiorrespiratório).
Usos comuns
A aplicação clínica dessa substância é bastante comum no tratamento de distúrbios e transtornos psiquiátricos relacionados à personalidade, humor, esquizofrenia, ansiedade, enxaqueca crónica e depressão.

Pacientes com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) também podem obter melhorias no quadro clínico com o uso da psilocibina.

A psilocibina foi investigada para o tratamento da ansiedade e do melanoma em estágio IV. Em novembro de 2019, foi concedido o status de Terapia Inovadora pelo FDA.
Tipo
Molécula pequena.
História
Imagens encontradas em pinturas rupestres e arte rupestre da Espanha e da Argélia modernas sugerem que o uso humano de cogumelos psilocibinos é anterior à história registrada.
Na Mesoamérica, os cogumelos eram consumidos há muito tempo em cerimónias espirituais e divinatórias, antes de os cronistas espanhóis documentarem pela primeira vez a sua utilização no século XVI.

Em 1958, o químico suíço Albert Hofmann isolou a psilocibina e a psilocina do cogumelo Psilocybe mexicana.

Embora as leis cada vez mais restritivas sobre drogas das décadas de 1960 e 1970 tenham restringido a pesquisa científica sobre os efeitos da psilocibina e de outros alucinógenos, sua popularidade como enteógeno (agente de aumento da espiritualidade) cresceu na década seguinte, em grande parte devido à maior disponibilidade de informações sobre como cultivar cogumelos psilocibinos.

A posse de cogumelos contendo psilocibina foi proibida na maioria dos países, e a psilocibina foi classificada como uma substância controlada da Tabela I pela Convenção das Nações Unidas sobre Substâncias Psicotrópicas de 1971.

Em 2018, a Food and Drug Administration (FDA) concedeu a Designação de Breakthrough Therapy para terapia assistida por psilocibina para depressão resistente ao tratamento e em 2019 para transtorno depressivo maior.

No Brasil, o uso medicinal da psilocibina e da psilocina – sua forma desfosforilada – é autorizado pela Anvisa pela Portaria 344, de 1998, desde que se obtenha a Autorização Especial da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde.
Indicações
A aplicação clínica dessa substância é bastante comum no tratamento de distúrbios e transtornos psiquiátricos relacionados à personalidade, humor, esquizofrenia, ansiedade, enxaqueca crónica e depressão.

Pacientes com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) também podem obter melhorias no quadro clínico com o uso da psilocibina.
Classificação CFT

N.D.

Mecanismo De Acção
Sendo um pró-fármaco, quando ingerida por humanos, a psilocibina é desfosforilada pelo metabolismo hepático em psilocina, o real princípio activo psicotrópico, e quantidades significativas de psilocibina e psilocina podem ser encontradas no plasma sanguíneo entre 20 e 40 minutos após o consumo, de estômago vazio.
Posologia Orientativa
Conforme prescrição médica.
Administração
Sem informação.
Contra-Indicações
Pode causar efeitos psíquicos (estados alterados de consciência, sinestesias, aumento de introspecção e experiências hipnagógicas) e somáticos (midríase, piloereção e irregularidades no sistema cardio-respiratório).
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Os efeitos da psilocibina têm caráter alucinógeno na maioria dos casos.
Os efeitos variam de pessoa para pessoa e também dependem do tipo de cogumelo ingerido.
Advertências

Sem informação.

Precauções Gerais
O uso dos cogumelos contendo psilocibina deve ser feito com cuidado por indivíduos que consomem álcool e outro tipo de drogas de abuso, uma vez que os seus efeitos podem ser exacerbados.
Indivíduos com história pessoal ou familiar de doenças psiquiátricas também devem ter cautela devido ao risco de potenciar os sintomas psicóticos e os comportamentos suicidas.
Em consequência da bradicardia ou taquicardia geradas pela psilocibina, pessoas com patologias cardiovasculares devem também evitar o consumo de psilocibina.
Cuidados com a Dieta
Sem informação.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de intoxicações.

A intoxicação por psilocibina é rara e, geralmente, é acidental.
Quando ocorre em adultos, raramente é necessária hospitalização mas em crianças pode gerar sintomas graves.
Os sintomas iniciam cerca de 30 minutos após a ingestão e podem manter-se por 4-12 horas.
Não existe nenhum antidoto para a psilocibina pelo que o tratamento da intoxicação passa pelo suporte a nível dos sintomas. Para tal, usa-se benzodiazepinas e/ou antipsicóticos.
Terapêutica Interrompida
Sem informação.
Cuidados no Armazenamento
Sem informação.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 23 de Setembro de 2024