Prevalência de queratite fúngica é maior em áreas rurais
A queratite fúngica é uma infeção ocular grave que pode levar à perda de visão se não for tratada imediatamente. De acordo com um estudo publicado no JAMA Ophthalmology, a prevalência de queratite fúngica é duas vezes maior nas áreas rurais em comparação com as áreas não rurais.
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A visão é um dos mais importantes sentidos. Sem ela sentimo-nos perdidos num mundo de escuridão. Por todo o mundo, cientistas lutam para encontrar novos tratamentos e erradicar as doenças oculares. LER MAIS
Os indivíduos que vivem em zonas rurais têm maior probabilidade de estar expostos a fatores ambientais que aumentam o risco de queratite fúngica, como, por exemplo, atividades agrícolas, trabalho ao ar livre e acesso limitado a instalações de saúde.
Na investigação, os especialistas estimaram a prevalência de queratite fúngica entre pacientes americanos segurados comercialmente. A análise incluiu dados de 1 de janeiro de 2016 a 31 de janeiro de 2023.
Os especialistas identificaram 870.810 indivíduos com inscrição contínua e código diagnóstico para queratite. Destes, 0,8% tinham prescrição de natamicina. A prevalência global de queratite fúngica foi de 1,8 por 100.000 inscritos, mas foi maior entre homens (1,9), adultos com 65 anos ou mais (6,6) e pacientes que vivem no Sul (2,7) e áreas rurais (3,6).
Verificou-se que a úlcera da córnea foi a condição associada mais comum (94,2%). Os medicamentos comuns incluíram antibióticos oftálmicos (80,7%) ou corticosteroides (43,5%). Mais de um em cada sete indivíduos (15,0%) tinha códigos de diagnóstico associados a lentes de contacto. Quase três quartos (74,9%) foram submetidos a testes de diagnóstico e 10,6% receberam um transplante de córnea.
Dado o potencial para resultados de visão deficientes e a possibilidade de expansão geográfica de fungos patogénicos associados às mudanças climáticas, monitorizar as tendências de queratite fúngica, melhorar o acesso aos cuidados oftalmológicos rurais e promover o diagnóstico e tratamento precoces são cruciais.
Os profissionais de saúde nas zonas rurais devem estar conscientes da maior prevalência desta infeção e educar os pacientes sobre a importância da higiene ocular e da deteção precoce dos sintomas.
Ao compreender os fatores que contribuem para a maior prevalência da queratite fúngica nas zonas rurais, pode-se trabalhar para implementar intervenções específicas e melhorar o acesso aos serviços de cuidados oftalmológicos nestas comunidades.