A investigação, publicada no NEJM Evidence, mostrou que os fumadores que deixam de fumar antes dos 40 anos podem viver quase tanto quanto aqueles que nunca fumaram. Os especialistas referem que aqueles que deixam de fumar, seja em que idade for, ficam perto da expectativa de vida que teriam se nunca tivessem fumado 10 anos após abandonarem o vício, e metade dos benefícios ocorre em apenas três anos.

O estudo observacional incluiu perto de 1,5 milhão de adultos de quatro países (EUA, Reino Unido, Canadá e Noruega), que foram acompanhados ao longo de 15 anos. Os especialistas calcularam diferenças de risco excessivo e sobrevivência, comparando fumadores atuais ou indivíduos que nunca haviam fumado com cessação específica por idade e cessação há menos de 3 anos, 3 a 9 anos, ou 10 ou mais anos antes.

Entre os participantes observaram-se 122.697 mortes. Após ajuste para variáveis como idade, escolaridade, uso de álcool e obesidade, os fumadores atuais apresentavam taxas de risco de url-artigo=saude-humana/a-morte]morte[/url] mais elevadas em comparação com indivíduos que nunca haviam fumado (2,8 para mulheres, 2,7 para homens).

Os fumadores com idades entre os 40 e os 79 anos corriam um risco quase três vezes maior de morrer em comparação com indivíduos que nunca haviam fumado, o que significa que perderam em média 12 a 13 anos de vida.

Os ex-fumadores reduziram o risco de morte para 1,3 vezes em comparação com os que nunca haviam fumado. Parar de fumar em qualquer idade foi associado a uma maior sobrevivência, e mesmo aqueles que pararam durante menos de três anos ganharam até seis anos de esperança de vida.

Segundo Prabhat Jha, muitas pessoas pensam que já é tarde para deixar de fumar, especialmente na meia idade, no entanto, os resultados deste estudo contrariam esta linha de pensamento. Ou seja, nunca é tarde demais, o impacto é rápido e é possível reduzir o risco das principais doenças, o que significa uma vida mais longa e melhor.

Os investigadores descobriram que deixar de fumar reduziu o risco de morrer de doenças vasculares e cancro, em particular. Os ex-fumadores também reduziram o risco de morte por doenças respiratórias, mas um pouco menos, provavelmente devido a danos pulmonares residuais.

As descobertas realçam a urgência dos esforços dos governos no apoio às pessoas que querem abandonar o vício do tabagismo. Ajudar os fumadores a deixar de fumar é uma das formas mais eficazes de melhorar substancialmente a saúde.