Cancro da próstata: novo inibidor desenvolvido mostra potencial
Mais de 65.000 homens adoecem com cancro da próstata todos os anos só na Alemanha. Destes, 12.000 desenvolvem uma forma resistente ao tratamento que eventualmente termina em morte. Recentemente, uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Friburgo desenvolveu uma substância ativa que poderá representar uma futura opção de tratamento.
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CANCRO DA PRÓSTATA
Tal como para outras doenças, o diagnóstico precoce é fundamental. Todavia, quando se fala em cancro da próstata, as opiniões sobre o rastreio divergem. LER MAIS
A substância, conhecida como KMI169, tem como alvo uma enzima que desempenha um papel importante no desenvolvimento do cancro da próstata. O inibidor revelou enorme potencial, de entre outras células cancerígenas que eram resistentes aos tratamentos convencionais.
Segundo o Professor Roland Schüle, há muito tempo que os investigadores viam a enzima KMT9 – conhecida como metiltransferase –, como um possível alvo para o cancro da próstata. O desenvolvimento deste inibidor específico é agora um passo decisivo para combater o cancro da próstata de forma muito mais eficaz.
A utilização potencial da substância contra formas de cancro resistentes ao tratamento torna-a especialmente valiosa. Esta resistência ao tratamento significa que o tratamento anti-hormonal clássico muitas vezes falha ao fim de alguns meses e a doença progride rapidamente. O inibidor desenvolvido permite uma abordagem terapêutica altamente inovadora.
No estudo, publicado na revista científica Nature Communications, os especialistas demonstraram, através de culturas de células, que a enzima KMT9 é um fator crítico no desenvolvimento e progressão de certos tipos de cancro, como o cancro da próstata ou da bexiga.
O inibidor encaixa-se perfeitamente, como uma chave na fechadura, e bloqueia o funcionamento do KMT9 e, portanto, também o crescimento das células cancerígenas da próstata e da bexiga. O desenvolvimento do KMI169 foi guiado pela análise da estrutura cristalina do KMT9 e de outros estudos. O composto foi modificado muitas vezes de forma a aumentar a sua potência, seletividade e propriedades medicinais.