EPILEPSIA

Ioga pode ser benéfica para a mente de doentes com epilepsia

Para os doentes com epilepsia, praticar ioga pode ajudar a reduzir os sentimentos de estigma em relação à doença, diminuir a frequência das crises e a ansiedade, melhorando a qualidade de vida geral, apurou um novo estudo publicado na revista Neurology.

Ioga pode ser benéfica para a mente de doentes com epilepsia

EXERCÍCIO FÍSICO

IOGA - Equilíbrio de corpo e mente


No estudo os investigadores analisaram pessoas com epilepsia com uma idade média de 30 anos na India. O estigma dos participantes foi medido com base nas suas respostas a questões como: “Sente que outras pessoas o discriminam?”; “Sente que não pode contribuir com nada para a sociedade?” e ainda “Sente-se diferente das outras pessoas?”.

Foram identificadas 160 pessoas que correspondiam aos critérios para sofrer estigma. Os participantes tiveram uma média de uma convulsão por semana e, em média, tomaram pelo menos dois medicamentos anticonvulsivantes. Os especialistas selecionaram aleatoriamente participantes para receber terapia com ioga ou ioga simulada.

A iogaterapia incluía exercícios de relaxamento muscular, respiração, meditação e afirmações positivas. A ioga simulada consistia em exercícios que imitavam os mesmos exercícios de ioga, mas os participantes não receberam instruções sobre dois componentes principais da ioga que se acredita induzem uma resposta de relaxamento: a respiração lenta e a sincronizada e atenção aos movimentos e sensações do corpo durante a prática.

Cada grupo fez sete sessões supervisionadas de 45 a 60 minutos durante três meses. Os participantes foram ainda convidados a praticar sessões em casa pelo menos cinco vezes por semana durante 30 minutos. As convulsões e as sessões de ioga foram registadas num diário. Após os três meses de terapia, os participantes foram acompanhados durante mais três meses.

Os especialistas constataram que, em comparação com os participantes que praticavam ioga simulada, aqueles que praticavam ioga tinham maior propensão para reduzir o estigma percebido da doença. As pessoas que praticaram ioga tiveram uma pontuação média de sete no início do estudo e uma pontuação média de quatro no final do estudo, enquanto as que praticaram ioga simulada tiveram um aumento em relação à pontuação média de seis no início do estudo, para uma pontuação média de sete no final.

Verificou-se ainda que as pessoas que praticavam ioga tinham quatro vezes mais probabilidade de ter uma redução de mais de 50% na frequência de convulsões após seis meses, em relação às pessoas que praticavam ioga simulada. Além disso, aqueles que praticavam ioga tinham sete vezes mais probabilidades de não voltar a ter convulsões, do que os participantes que praticavam ioga simulada.

Registou-se ainda uma diminuição significativa nos sintomas de ansiedade entre as pessoas que praticavam ioga em comparação com as que não praticavam. Também se observaram melhorias nas medidas de qualidade de vida e na atenção plena.

De acordo com a autora do estudo, Manjari Tripathi, do All India Institute of Medical Sciences, em Nova Delhi, os resultados do estudo realçam a necessidade de considerar terapias e atividades alternativas para as pessoas com epilepsia que enfrentam estigma.
Para além de ajudar a reduzir o estigma, a ioga também pode melhorar a qualidade de vida e a atenção plena. E o melhor é que as sessões podem ser facilmente pré-gravadas e partilhadas com os pacientes online, com recursos e custos mínimos.

Fonte: Tupam Editores

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