Desenvolvidos relatórios padronizados para doentes com epilepsia
Cientistas do Hospital Pediátrico de Filadélfia, nos Estados Unidos, desenvolveram relatórios padronizados de dados clínicos para convulsões causadas por várias desordens neurológicas. O artigo foi publicado na revista Epilepsia.
DOENÇAS E TRATAMENTOS
EPILEPSIA - O que é e como conviver com ela?
Estima-se que a epilepsia atinja cerca de 50 mil portugueses de todas as idades. Contudo, o número de pessoas não epiléticas que pode sofrer uma crise convulsiva durante a vida é de uma em cada vinte. LER MAIS
Os investigadores tiveram como objetivo padronizar a forma como os dados clínicos são registados para visitas de epilepsia. Avaliaram, assim, os resultados da utilização de elementos de dados comuns em cuidados de rotina para a epilepsia pediátrica ao longo de um período de 12 meses.
Foram analisadas quase 1 700 visitas de mais de 1 000 doentes individuais com epilepsia infantil, durante um ano.
Os dados apurados mostraram que 43 por cento dos doentes tiveram pelo menos uma convulsão por mês, 17 por cento tiveram pelo menos uma convulsão por dia e 18 por cento dos doentes não tiveram convulsões durante pelo menos um ano.
As síndromes de epilepsia mais comuns eram a epilepsia de ausência infantil, a síndrome de Lennox-Gastaut, e a síndrome de Dravet, e os investigadores conseguiram quantificar a carga absoluta de crises, bem como as alterações nas mesmas ao longo do tempo e as diferenças entre as síndromes.
Verificou-se também que os doentes tinham frequências de convulsões comparáveis, quando avaliados pessoalmente ou através da telemedicina, o que comprovou a eficácia da aplicação deste ultimo método.
Os doentes hispânicos ou latinos, particularmente de áreas com rendimentos domésticos medianos mais baixos, tinham mais probabilidades de ter convulsões contínuas que se agravavam com o tempo, mostrou ainda o estudo.
Estes dados podem ajudar a mudar a forma como os doentes com epilepsia pediátrica são tratados e avaliados, melhorando assim os resultados nesta população, consideram os autores do estudo.