GASTROENTEROLOGIA

DII aumenta risco de desenvolver arritmias mais tarde

Um estudo levado a cabo por investigadores do Instituto Karolinska, em Estocolmo, permitiu concluir que pacientes com doença inflamatória intestinal (DII) em geral, assim como doença de Crohn (DC) e colite ulcerativa (CU) individualmente, têm um risco aumentado de desenvolver arritmias mais tarde.

DII aumenta risco de desenvolver arritmias mais tarde

DOENÇAS E TRATAMENTOS

ARRITMIA CARDÍACA


A investigação, recentemente publicada online na revista PLOS Medicine, tinha como objetivo explorar o risco a longo prazo de arritmias em pacientes com DII.
Através de uma coorte histopatológica nacional, identificaram-se pacientes com DII confirmada por biópsia na Suécia de 1969 a 2017, incluindo doença de Crohn (n = 24.954; idade mediana no diagnóstico: 38,4 anos; sexo feminino: 52,2%), colite ulcerativa (n = 46.856; 42,1 anos; 46,3%) e não classificados com DII (n = 12.067; 43,8 anos; 49,6%), além dos seus pares de referência e de irmãos por completo sem DII.

Os resultados incluíram arritmias gerais e específicas (por exemplo, fibrilação/flutter atrial, bradiarritmias, outras arritmias supraventriculares e arritmias ventriculares/paragem cardíaca).

Modelos paramétricos flexíveis de sobrevivência estimaram taxas de risco com intervalos de confiança de 95% (IC 95%), após ajuste para ano de nascimento, sexo, local de residência, ano civil, país de nascimento, nível de escolaridade, número de consultas médicas e comorbidades relacionadas com doenças cardiovasculares.

Os especialistas constataram que durante um acompanhamento médio de aproximadamente 10 anos, 1.904 (7,6%) pacientes com DC, 4.154 (8,9%) pacientes com CU e 990 (8,2%) pacientes não classificados com DII desenvolveram arritmias, em comparação com 6,7%, 7,5% e 6,0% em indivíduos de referência, respetivamente.

Em comparação com os indivíduos de referência, as arritmias globais aumentaram significativamente em pacientes com DC (54,6 versus 46,1 por 10.000 pessoas-ano), com resultados semelhantes para pacientes com CU (64,7 versus 53,3 por 10.000 pessoas-ano) e pacientes não classificados com DII (78,1 versus 53,5 por 10.000 pessoas-ano).

O risco aumentado persistiu 25 anos após o diagnóstico, correspondendo a 1 caso extra de arritmia por 80 casos de DC, 58 CU e 29 casos de não classificados com DII no mesmo período. Os pacientes com DII também apresentaram um risco significativamente aumentado de arritmias específicas, exceto bradiarritmias. As análises de comparação entre irmãos revelaram resultados semelhantes.

Jiangwei Sun, um dos investigadores envolvidos, refere que além de se ter verificado que os pacientes com DII apresentavam um risco aumentado de desenvolver arritmias, este risco excessivo ainda persistiu mesmo 25 anos após o diagnóstico. Os resultados do estudo acentuam a necessidade de conscientização sobre esse risco excessivo entre os profissionais de saúde.

Fonte: Tupam Editores

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