Bicos de papagaio: saiba como aliviar as dores
Já deve ter ouvido a expressão bicos de papagaio associada a problemas de coluna vertebral e dores nas costas, mas se continua com dúvidas a respeito do que são, como acontecem e, acima de tudo, sobre como tratar o problema, este artigo é para si.
DOENÇAS E TRATAMENTOS
DOR, ENIGMA BIOLÓGICO
A dor não é apenas uma sensação mas sim um fenómeno complexo que envolve emoções e afecta o indivíduo na sua integralidade. LER MAIS
Os bicos de papagaio são o nome popularmente dado a uma doença degenerativa chamada osteofitose. Trata-se de pequenas saliências ósseas (osteófitos) que resultam do crescimento anormal de tecido ósseo em torno de uma articulação. Estas saliências (ou esporas ósseas) podem crescer em qualquer osso, mas surgem com maior frequência na coluna vertebral (sobretudo nas regiões cervical e lombar), ombros, anca, joelhos, nós dos dedos e articulações das mãos, dedos ou dedo grande do pé e no calcanhar.
Os bicos de papagaio são considerados uma espécie de mecanismo de defesa do nosso corpo para absorver a sobrecarga sobre as articulações e estabilizar a coluna vertebral. A doença afeta, principalmente, pessoas acima dos 50 anos de idade e pode ser motivo de dor e redução da qualidade de vida.
Na maior parte das vezes, os bicos de papagaio são pequenos e não provocam dor. Apenas 40 por cento das pessoas com 60 anos ou mais vão experiênciar sintomas suficientemente dolorosos para exigirem cuidados médicos.
A dor é um sintoma comum quando os bicos de papagaio se formam nos calcanhares, ombros, joelhos, ancas e/ou coluna vertebral. O seu crescimento na coluna pode ser especialmente doloroso, sobretudo quando surgem no interior de uma vértebra, pois podem entrar em contacto com a medula espinal. Quando isso acontece, aumenta o risco de inflamação e dores nervosas. Podem ainda causar espasmos musculares, incontinência, dormência e formigueiro, dependendo da zona onde crescem ao longo da coluna vertebral.
O seu diagnóstico e tratamento deve ser feito por especialistas de Ortopedia, Medicina Física e Reabilitação, Neurocirurgia, entre outras áreas cuja intervenção pode aliviar os sintomas.
O tratamento pode incluir a toma de anti-inflamatórios não esteroides, como o ibuprofeno e relaxantes musculares, administrados por via oral ou injetável mas, muitas vezes parar pode ser o melhor remédio. Descansar umas horas ou uns dias pode ser o suficiente para aliviar ou, pelo menos, não agravar os sintomas, sobretudo se a pessoa tiver trabalhos fisicamente exigentes.
Há quem refira alívio da dor ao aplicar frio ou calor na zona afetada. Um duche morno também pode surtir bons resultados.
A fisioterapia também é útil, nomeadamente, para o fortalecimento muscular em torno da articulação afetada, incluindo a coluna vertebral. Ajuda também na recuperação da amplitude total de movimento em determinadas articulações e na proteção contra a pressão de nervos. Outras terapias, como manipulação manual e acupuntura também são consideradas úteis para controlar os sintomas.
Nos casos mais graves, a cirurgia da coluna pode ser a mais indicada. A decisão terá em conta vários fatores, como os tratamentos alternativos possíveis, a gravidade da compressão e dos sintomas (como dor ininterrupta e imobilidade) e, é claro, os riscos associados a características individuais, como história de outras doenças. A cirurgia da coluna deverá ser feita por um especialista (ortopedista ou neurocirurgião).