O seu filho gosta de gomas? Sabe de que são feitas?
Há-as de todos os feitios: mais ou menos doces, mais pequenas ou para comer em várias dentadas, coloridas ou nem por isso, carregadas de açúcar ou light. Parecem inofensivas, mas sabe de que são feitas as gomas que dá ao seu filho?
Geralmente, as preocupações com este tipo de guloseimas prende-se apenas com o açúcar ou com o seu índice calórico. A verdade é que não se dá muita atenção ao processo que as criou e muito menos se olha para a embalagem para conhecer os seus ingredientes.
Então surpreenda-se! Da lista de componentes o destaque vai para nomes como xarope de glucose, água, açúcar, amido de milho, gelificantes, gelatina, pectina, adicidificantes, aromas, reguladores de acidez, extrato de spirulina e corantes diversos.
Isto quer dizer que as gomas são essencialmente formadas por hidratos de carbono (glucose), polissacarídeos (pectina) que agem como estabilizadores dos extratos de frutas em suspensão, acidificantes (ácido cítrico, ácido málico e citrato de sódio) que têm sido largamente estudados devido à suspeita de poderem ser nocivos para o organismo – nomeadamente para o sistema digestivo, proteínas vegetais (spirulina, uma alga encontrada em rios e lagos) e corantes artificiais de várias cores.
Apesar de muitos destes componentes serem potencialmente nocivos, a nossa atenção vai recair sobre o processo que forma a gelatina que compõe as gomas, por ser um dos principais ingredientes a estruturar a guloseima.
Vai ficar chocado, principalmente se for vegetariano ou vegan, mas a grande maioria das gomas que se encontra à venda são feitas a partir de pele, das cartilagens e dos ossos dos animais.
Para a produção da gelatina que dá origem aos doces que a pequenada tanto aprecia é utilizada frequentemente a pele do suíno. E aqui fala-se de largas toneladas de pele suína, que não passam por uma triagem onde se faça uma diferenciação cuidada.
Todo o processo tem início com o abate do suíno e o processamento da sua pele. Esta é depois enviada para a produção de gelatina, passando, para o efeito, por processos de purificação, de hidrólise do colagénio e de concentração de matéria-prima.
A pele é sujeita a tratamentos ácidos e a filtragens que removem desta as fibras e as gorduras. O processo é repetido até liquefazer o produto e o deixar com uma consistência melosa. A temperaturas elevadas, esta solução é esterilizada, refrigerada e solidificada, passando ainda por processos que lhe retiram a humidade.
Após estes passos, a gelatina é, então, misturada com eventuais corantes, extratos e aromas, tomando a forma desejada e sendo, ocasionalmente, recoberta com açúcar.
A boa notícia é que hoje em dia já se podem encontrar no mercado algumas opções com gelatina de origem vegetal, que são menos calóricas, possuem menos açúcares e nem têm glúten, no entanto, ainda que o processo seja mais natural, estas gomas também não são recomendadas em doses exageradas, pois podem prejudicar os dentes e elevar os índices de glicémia.
Agora que já está por dentro do processo que dá origem a uma das guloseimas preferidas das crianças, certamente pensará duas vezes antes de lhas comprar.