Primeiro anti-inflamatório aprovado para doenças cardiovasculares
A recente aprovação pela FDA do medicamento colchicina, um anti-inflamatório potente, para tratamento de doenças cardiovasculares, pode abrir uma nova etapa no tratamento cardiovascular e tornar-se um grande negocio.
A colchicina é um dos medicamentos mais antigos em uso, havendo registos de que já no antigo Egito era indicada para tratar dores e inflamações articulares, tal como ainda o é na atualidade.
Trata-se de um medicamento do grupo dos alcaloides que possui potente ação anti-inflamatória e deriva de uma planta chamada Colchicum autumnale (açafrão do prado), que devido às suas propriedades, é comercializado sob receita médica obrigatória e sendo frequentemente usado em baixas doses no tratamento da Gota, devido à sua elevada toxicidade.
Sob o nome comercial de Lodoco (colchicina) a Food and Drug Administration (FDA) aprovou o medicamento após ter sido demonstrada a sua eficácia para reduzir o risco de enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), revascularizaçãoo coronária e falência cardiovascular, em pacientes adultos com doença aterosclerótica estabelecida ou com múltiplos fatores de risco para doença cardiovascular.
Este medicamento pode ser usado isoladamente ou em associação com medicamentos para fazer baixar o colesterol, tendo a sua aprovação sido apoiada por dados de um ensaio clínico multinacional randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, incluindo 5522 pessoas com doença coronária crónica, em tratamento médico orientado por diretrizes, incluindo estatinas de alta intensidade.
Segundo os investigadores, embora exista desde há muito tempo a suspeita fundada de que a inflamação desempenha um papel importante no desenvolvimento da doença coronária, foi somente nos últimos anos que surgiram os principais ensaios que mostraram a utilidade de um anti-inflamatório como a colchicina, na redução do risco cardiovascular em pacientes com doenças cardíacas crónicas.
Até esta nova aprovação da colchicina, não havia nenhum medicamento na área cardíaca para tratar especificamente o risco de desenvolvimento de inflamação devido ao acúmulo de placas nas artérias, refere o cardiologista Brett Nowlan do Hartford Healthcare Hearth & Vascular Institute.