Idosos em isolamento social têm maior propensão para fumar
Envelhecer traz sabedoria e experiência, no entanto, para alguns indivíduos, envelhecer também pode significar problemas de saúde, perda de amigos e diminuição da mobilidade, o que acaba por levar ao isolamento social.
Não é recente a preocupação de que o isolamento social e a solidão estejam associadas à morte prematura entre os idosos. Não ter ninguém para quem ligar, ou não interagir com pessoas da comunidade, são formas de isolamento social que afetam quase um quinto dos adultos americanos com mais de 65 anos.
Existem diferentes níveis de isolamento social – desde ter alguma comunicação com outras pessoas, sentindo-se sozinho ou isolado apenas às vezes, até ao mais extremo: absolutamente nenhum relacionamento com outras pessoas.
Um estudo, publicado no Journal of Applied Gerontology, permitiu descobrir que o isolamento social é um fator de risco para o tabagismo. Para a investigação foram analisados dados de uma amostra nacional de 8.136 adultos com 65 anos ou mais que participaram do Estudo Nacional de Tendências de Saúde e Envelhecimento.
Foi possível constatar que 17,1% dos adultos mais velhos nos EUA estavam socialmente isolados e tinham maior propensão para fumar em comparação com aqueles com interações sociais com outras pessoas da comunidade. Além disso, os adultos mais velhos com níveis mais elevados de depressão e ansiedade tinham maior probabilidade de fumar.
Segundo o professor associado Gilbert Gimm, um dos investigadores envolvidos na investigação, os adultos mais velhos com ligações sociais limitadas ou inexistentes têm maior probabilidade de fumar, o que, por sua vez, leva a problemas de saúde e a morte prematura. O especialista considera que reduzir o isolamento social em adultos mais velhos pode ajudar a melhorar a sua saúde e expectativa de vida.
Os resultados do estudo permitiram concluir que os adultos mais velhos que experimentavam um isolamento social moderado, ou seja, que apenas se relacionavam por telefone, mas nunca viam ninguém pessoalmente, tinham duas vezes mais probabilidades de fumar do que alguém que mantinha relações sociais.
Já os idosos que tinham um isolamento social severo, isto é, que não tinham qualquer tipo de relação ou interação com alguém da comunidade, tinham cinco vezes mais probabilidades de fumar do que os que mantinham relações sociais.
Para os especialistas ainda não está claro se o tabagismo leva ao isolamento social ou se o isolamento social leva ao tabagismo, no entanto, ambos os fatores aumentam o risco de problemas de saúde e de morte prematura.