Os resultados revelam que as pessoas com DT2 submetidas a um bypass gástrico tiveram uma duração mais curta da doença e menos necessidade de medicamentos para a diabetes após este procedimento, que consiste em reduzir a parte superior do estômago a uma pequena bolsa.

Segundo o Dr. Omar Ghanem, principal autor do estudo e cirurgião metabólico, a remissão da diabetes não depende totalmente da perda de peso após a cirurgia de bypass gástrico. A chave é manter uma monitorização apertada e uma gestão eficaz da diabetes após a operação. A cirurgia metabólica não é um comprimido mágico, mas talvez represente a única hipótese de muitas pessoas se livrarem da diabetes e das suas complicações.

A investigação envolveu um estudo retrospetivo de 815 pessoas com diabetes que se submeteram à cirurgia para perda de peso entre 2008 e 2017. O índice médio de massa corporal (IMC) dos pacientes era de cerca de 45, o que é considerado obesidade grave.

Os pacientes foram acompanhados durante uma média de sete anos após a operação. Os investigadores constataram que cerca de metade das pessoas obesas com DT2 que fizeram parte do estudo conseguiu tratar a doença durante este período de tempo.

O Dr. Ghanem realça que depois de um tratamento único, terão 51% de hipóteses de não ter diabetes e de não precisarem de tomar medicação. Os resultados foram mais promissores nos casos em que os pacientes ainda não tinham tomado muita insulina ou medicamentos, tal como em situações em que os níveis de açúcar no sangue estavam mais controlados.

Quanto mais peso os pacientes perderam, maior a hipótese de remissão, mas este não foi o único fator. Alguns dos pacientes não perderam tanto peso e ainda conseguiram ficar curados. Existe um forte efeito hormonal devido ao desvio da primeira parte do intestino. A maior parte da regulação da insulina acontece nessa zona.